Para não ficar muito evidente o processo da invasão da Amazônia, os gananciosos estrangeiros estão montando o cerco na periferia. Pelo Sul, oferecem um estudo da fauna e da flora nos pantanais do Centro-Oeste. Assim, os equipamentos de pesquisa e monitoramento do solo chegam sem muito alarde e a equipe estrangeira ainda é rotulada de defensora do planeta. Pelo Norte, criaram o projeto Colômbia, que consiste em "perseguir" alguns traficantes até que eles se escondam em nosso território. Assim, fica justificada a presença de militares estrangeiros na área para "capturar" os fugitivos escorregadios.
Pelo mar, alugaram o Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão por 30 milhões de dólares por ano. A região passa a ser controlada pelos americanos e nenhum nativo proprietário da pátria pode transitar nas imediações sem um crachá concedido pelo inquilino. Crachá este, provavelmente criado pela IBM (a mesma que ajudou Hitler a agilizar o holocausto).
Resta saber por quanto tempo ainda poderemos olhar para o céu para apreciar os astros que nos envolvem e para realizar nossas preces para que a invasão não se concretize. Esta permissão deve durar até que os pára-quedistas comecem a descer de reluzentes aeronaves com o emblema do nosso colonizador. A partir daí, quem olhar para cima poderá ser considerado infrator perigoso. Estaremos condenados a encostar o queixo no peito e fitar apenas o solo, por onde permitem que escravos rastejem submissos e obedientes em troca de migalhas para enganar a fome. Será que nos transformarão em engraxates de suas pesadas botas? Exigirão que no lugar da flanela esfreguemos nossa digna bandeira?
Haroldo P. Barboza – Matemático, Analista de computador e Poeta – fev / 2001