Para muitos, pode parecer um absurdo a declaração de membros do PSC, culpando o PT pela eleição de Marco Feliciano para a Comissão de Direitos Humanos. Se por um lado o PT não tem a menor responsabilidade na eleição desse cidadão para a Câmara dos Deputados, uma vez que tal escolha partiu dos eleitores que votaram nele e do PSC que o inscreveu, por outro lado, a fragmentação partidária pela qual o Brasil vem passando nos últimos anos levou o governo federal, que é do PT, a repartir os cargos das mais variadas comissões a fim de agradar os partidos que compõe a base aliada da presidenta Dilma, base essa da qual faz parte o PSC. É claro que o PT e os partidos maiores ficam com as comissões mais relevantes, deixando para os demais aquelas menos expressivas ou cujo orçamento é irrelevante como é o caso da Comissão dos Direitos Humanos, a qual sobrou para o nanico PSC. Nesse caso, realmente o PT tem sua parcela de culpa, mas nada disso justifica a indicação de um sujeito como esse Marco Feliciano para uma comissão tão antagônica ao seu pensamento. Nesse caso a culpa não só é em parte do eleitor, o qual não soube votar direito como também, e principalmente, do PSC por não indicar alguém mais envolvida com as principais questões discutidas nessa comissão. Assim, me parece que acusar o PT neste caso é tirar a responsabilidade de si e jogar para cima dois outros. Alias isso mostra que o PSC é uma legenda de quinta, comandado por um bando de radicais religiosos, e o qual não merecia estar representado no Congresso. Não há dúvida de que o Brasil precisa de uma reforma política urgente onde um mínimo de quociente eleitoral seja exigido para a representatividade no parlamento como ocorre na Europa.