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Artigos-->OS IDEOGRAMAS PARA ESCREVER TEMPO E ESPAÇO -- 09/06/2013 - 18:47 (LUIZ CARLOS LESSA VINHOLES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

OS IDEOGRAMAS PARA ESCREVER TEMPO E ESPAÇO



L. C. Vinholes



Neste texto que preparei em São Paulo seis dias antes de embarcar para o Japão aos 4 de julho de 1957, valendo-me de bolsa de estudos do Ministério da Educação daquele país, registrei a formação das palavras japonesas que correspondem às nossas tempo eespaço,visando mostrar para parentes e amigos algo que era do meu interesse naquele momento.



Este trabalho foi possível graças aos ensinamentos recebidos do saudoso professor Tadao Saito que, pacientemente, me fez avançar nos estudos preliminares da língua japonesa o que, em muito, me valeram nos primeiros tempos em Tóquio. As despesas das aulas semanais eram divididas com o médico e amigo Luiz Luzzi, esposo da pianista Dirce Luzzi, aluna do mestre José Klias.



No caso específico de aprendizagem destas duas palavras claro que meu interesse tinha a ver diretamente com a língua japonesa, mas muito mais ainda pelo fato de que, em setembro de 1956, decidi que Tempo-Espaço seria o nome da técnica de composição que, há menos de um ano, havia criado e que, naquele mês, tornara pública em três conferências realizadas na Escola Livre de Música da Pró-Arte, em São Paulo.



O texto a seguir, que ficou esquecido na papelada que guardei, embora exato no seu conteúdo e na sua formulação, tem muito da ingenuidade de quem, com quatro meses de estudo, começava a conhecer os segredos de uma língua tão rica em princípios e conceitos de comunicação visual e semântica, quanto difícil, não pela estrutura gramatical ou de sintaxe, mas por exigir o máximo de memória para dominar um novo vocabulário, sem raízes gregas ou latinas, e para decorar os “risquinhos” de centenas de ideogramas[i] e os sinais gráficos dos “alfabetos” fonéticos.



Eis o que escrevi naquela ocasião, onde os ideogramas, suas leituras romanizadas, suas escritas no “alfabeto” hiragana (um dos dois “alfabetos” fonéticos do japonês), bem como as correspondentes palavras em português, estão em negrito:



Espaço-Tempo: vejam que interessante.



Em japonês, na escrita mais antiga, se escrevia tempo e espaço assim:  , lendo-se para ambos ai-da (- ). Mais adiante, quando se media o tempo do dia, passou-se a usar, junto com o sinal de tempo e espaço, o sinal  時 ou ji ([ii] para designar hora ou tempomedido e o sinal  空 ou ku-u (-para designar espaço físico.



Note-se que os sinais  時  significam, quando sozinhos: hora (um ponto qualquer dentro do dia) e céu (não o que está acima de nossa cabeça que é o so-ra, com outro kanji[iii], mas o céu grande-todo).



Os dois sinais acima, quando isolados, leem-se to-ki (とき;) e so-ra (そら5;), respectivamente.



時 = とき = to-ki= hora, tempo, ocasião



空 = そら = so-ra= céu, (vazio)



 



Agora vejam:



間 = あい-だ  = ai-da= tempo/espaço



時間 = じ-かん ji-kan = hora = espaço de tempo



空間 = くう-かん kuu-kan espaço (de vazio)



Note-se que 間 ou ai-da ( -) quando reunido aos outros sinais, mudou de nome, mas tem o mesmo nome kan (かん) tanto num como noutro grupo. De ai-da passou para kan, abrigando e guardando uma relação fonética, além da gráfica, entre tempo e espaço.



Estas cousas aprendi na última aula de japonês, dia 28[iv], mas meus estudos continuam, uma vez que o professor Tadao Saito não admitiu minha interrupção[v].



 







[i] Sinais para grafar as escritas analíticas como o chinês, o japonês, os hieróglifos egípcios e os símbolos cuneiformes.





[ii] Pronuncia-se como “di”.





[iii] São assim chamados os ideograma usados na escrita japonesa.





[iv] 28 de junho de 1957, seis dias antes do meu embarque em Santos, rumo ao Japão.





[v] Foram mais 6 dias de aulas extraordinárias e de graça.




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