O ministro presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa deu uma entrevista após uma reunião com a Presidenta Dilma Rousseff e expôs parte dessa conversa. O que mais me chamou a atenção foi a crítica quanto a quantidade de partidos políticos no Brasil e sugestão de uma lei para a redução desses partidos no parlamento. Ora, essa uma tecla na qual eu venho batendo há tempos. Qualquer pessoa com um mínimo de discernimento sabe que não é possível governar um país com tantos partidos políticos no Congresso. Essa infinidade de partidos só pode descambar no fisiologismo, no toma lá da cá e na corrupção. Digo sem medo de errar, que se houvesse uma limitação a esse exacerbado números de partidos políticos o “Mensalão” jamais teria sido concebido, quanto mais existido. Claro que isso não resolveria a crise pela qual o parlamento brasileiro vem passando; contudo, não haveria tanto fisiologismo e dificilmente pessoas como o polêmico deputado Marcos Feliciano, por exemplo, jamais seria eleita. Joaquim Barbosa não disse nenhuma novidade, apenas externou aquilo que é consenso e que a maioria de nós sabemos, mas, por interesses políticos, os deputados se negam a votá-la. Talvez agora, com a pressão popular, tenha chegado a hora de fazer uma ampla reforma política e nessa reforma se crie um mecanismo para reduzir a fragmentação e assim diminuir o fisiologismo. Mas fica aí a pergunta: caso seja proposta, será que tal limitação passa no Congresso? Acredito que só com muita pressão popular ou com um plebiscito. Quanto ao plebiscito, é pouco provável que o Congresso dê essa prerrogativa à população. Para preservar seus interesses, os parlamentares das mais variadas correntes políticas, inclusive da oposição, farão de tudo para impedi-la. Afinal, os congressistas, antes de pensar no seu eleitor, cuidam primeiro de seus próprios interesses.