Enquanto os Estados Unidos aprovam o casamento Gay em todo o território americano, aqui no Brasil, Marco Feliciano, um deputado do PSC, propõe uma lei intitulada “Cura Gay” num grave afronta aos homossexuais. Não sou gay e não tenho nada contra ou a favor a eles. Aliás, os homossexuais deveriam ser tratados com a mesma naturalidade com que são os heterossexuais. A sexualidade de uma pessoa não diz respeito a quem quer que seja. Mas infelizmente a coisa não é assim. Os gays ainda são motivos de estranheza e desconfiança. E uma boa parte dos religiosos – principalmente os evangélicos – não aceitam o homossexualismo e preferem tratá-los como doentes, passiveis de cura, como se tratasse de uma disfunção hormonal ou coisa parecida. O conhecimento avançou muitos nas últimas décadas e a ciência já provou há tempos que o homossexualismo não é doença. Mas me parece que há muitos religiosos dando uma banana para a ciência. Talvez porque religião e ciência vivam num eterno embate, já que cada um tem as suas verdades, as quais indiscutivelmente seguem caminhos opostos. E a falta de cultura, conhecimento e compreensão da realidade por parte do brasileiro é sem sombra de dúvida a causa dessa anomalia que produz malucos como o deputado Marco Feliciano. Infelizmente, como a cultura avança bem mais lentamente que o poder econômico, ainda vamos por uma década ou duas conviver com essa discrepância. O reconhecimento do casamento gay nos EUA mostra que há um imenso abismo entre os EUA e o Brasil, abismo esse muito maior quiça do que o abismo econômico. E se queremos de fato tornar uma nação decente, motivo de orgulho para a comunidade internacional, temos um longo caminho pela frente, o qual deve começar com o pleno respeito à nossa Constituição, a qual prega o respeito às diferenças.