A presidenta Dilma, no anseio de dar uma resposta às manifestações que tomaram conta do país, propôs (de forma impensada, diga-se de passagem) uma constituinte a fim de se fazer uma reforma política, proposta esta logo rechaçada tanto pelos parlamentares quanto por alguns juristas, os quais viram a inconstitucionalidade da mesma por se tratar de uma mini constituinte, embora se houvesse vontade do Congresso essa constituinte poderia sim ser instalada. Então o governo cogitou a possibilidade de um plebiscito, mas o mesmo foi rechaçado pelos congressistas, os quais temiam uma mudança drástica no processo eleitoral, afetando diretamente aqueles que nas últimas décadas vem se beneficiando do caótico sistema político-eleitoral brasileiro. Por fim, cogitou-se um referendo após o Congresso fazer uma reforma política do seu gosto; mas até isso vem perdendo força à medida que as manifestações de rua diminuem. Infelizmente, é assim que funciona as coisas neste país. Os parlamentares iludem o povo com promessas futuras e no fim das contas tudo continua como sempre foi. Talvez até haja uma reforma político-eleitoral, mas não há dúvida de que ficará muito aquém da necessária e daquela almejada pelos manifestantes que ganharam as ruas em junho.