Poucos homens são capazes de contar as patifarias que fazem quando estão sozinhos.
Eu, por exemplo, que nem sou um dos piores, gosto de ficar brincando com os bonequinhos
do facebook. Gosto dos bonecos grandes, o risonho de cara amarela, os gatinhos.
Se pudesse, falava só com as imagens dos bonequinhos.
Para que metáforas, se o povo dessa geração é incapaz de ler um épico?
Foi uma pena Pablo Neruda ter morrido antes de conhecer os avatares
das modernas tecnologias. Teríamos poemas de bonequinhos, pensou eu.
Aliás, esse negócio de morrer ou ficar impotente são assuntos
trágicos. Nunca paro para pensar nessas coisas.
Se uma pessoa pensar em coisas trágicas, nunca irá para a Disney
porque o número de psicopatas mirins americanos é assustador.
Deveriam ter uma nova pedagogia por lá, algo andam errados naquelas
cabeças. Será que os americanos andam lendo Walt Walt Whitman?
Imagina que na minha juventude primeira, eu ouvia Barry Manilow.
O que me tornei?
Na verdade, um grande sonhador.
As pernas das apresentadoras de televisão são minha obsessão quase sem igual. As pernas delas e cerveja preta. Um homem que nunca saiu com uma gata televisiva não merece ser levado a sério.
Se elas soubessem de mim, esse mundo seria bem melhor.
Isso é verdade.
Quem sabe eu não mando para elas um dia, um bonequinho do facebook?
Vai que cola.
O mundo seria bem melhor se as apresentadoras de televisão gostassem dos meus bonequinhos.