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Artigos-->A luta não tem fronteiras -- 21/08/2000 - 13:40 (Fabrício Sousa Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
...A luta contra o imperialismo, para nos libertarmos dos entraves coloniais ou neo-coloniais, que se leva a efeito por meio das armas políticas, das armas de fogo ou combinação de ambas, não está sujeita à luta contra o atraso e a pobreza; ambas são etapas de um mesmo caminho que conduz à criação de uma sociedade simultaneamente nova, rica e justa. É imperioso obter o poder político e liquidar as classes opressoras, mas, depois, há que enfrentar a segunda etapa de luta que adquirimos sem dúvida características mais difíceis que a anterior.

Desde que os capitalistas monopolistas se apoderaram do mundo, têm mantido na pobreza a maioria da humanidade, repartindo-se os lucros entre os grupos dos países mais fortes. O nível de vida desses países está baseado na miséria dos nossos; para elevar o nível de vida dos povos subdesenvolvidos há que lutar, pois, contra o imperialismo. E cada vez que um país se desprende da árvore imperialista, ganha não só uma batalha parcial contra o inimigo fundamental, mas também contribui para seu real enfraquecimento e dá um passo para a vitória definitiva.

Não há fronteiras nesta luta de morte; não podemos ficar indiferentes perante o que acontece em qualquer país do mundo; uma vitória de qualquer país sobre o imperialismo é uma vitória nossa, tal como a derrota de uma ação qualquer é uma derrota para todos nós. O exercício do internacionalismo proletário não é apenas um dever dos povos que lutam para assegurar um futuro melhor; além disso, é uma necessidade imprescindível. Se o inimigo imperialista, norte-americano ou qualquer outro, desenvolve a sua ação contra os povos subdesenvolvidos e os países socialistas, uma lógica elementar determina a necessidade de alianças dos povos subdesenvolvidos e dos países socialistas; se nenhum outro fator de união existisse, deveria constituí-lo o inimigo comum.





(Discurso no Seminário Econômico de Solidariedade Afro-asiática, em Argel, fevereiro de 1965 - Che Guevara)

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