Os protestos do dia 15/08 contra o Governo Federal, o PT e a corrupção podem ser observados sobre duas óticas diferentes. Na primeira, eles deixam bem claro que a grande maioria da população está insatisfeita não só com o Governo Federal como também querem a renúncia ou o impeachment da presidenta Dilma, uma vez que não veem mais condições de governabilidade e estão certos de que ela está envolvida, mesmo que indiretamente, no esquema de corrupção da Petrobras, no qual o PT é apontado como o responsável por toda a roubalheira. Na segunda ótica, o fato de o número de participantes no protesto serem menor do que nos anteriores, apesar da convocação feita pelo PSDB em rede nacional, o que os tucanos ainda não tinham feito, mostra que talvez o pior já tenha passado. Aliás, esta é a avaliação do Planalto. O que também explica menos gente no último protesto é um melhor conhecimento de quem realmente assume o poder no caso de um impeachment ou da cassação o registro da chapa Dilma-Michel Temer. Embora muita gente tenha pensado que haveria uma nova eleição, na verdade quem assume a presidência é Eduardo Cunha, sob o qual há fortes evidências de envolvimento no “Petrolão”. Há ainda uma forte pressão dos empresários, de setores da sociedade e de parte da imprensa para um pacto de governabilidade envolvendo não só a Presidenta Dilma, mas todos partidos. Esses setores veem o impeachment como um processo traumático, aprofundando a crise econômica, e o qual não resolveria os problemas econômicos pelos quais o país vem passando. Parece que há muita gente concordando com isso e deixando o ódio de lado em favor da razão e do pragmatismo mesmo que, no íntimo, preferisse tirar Dilma do poder. Ainda é cedo para afirmar que essa mudança de perspectiva tornar-se-á uma tendência; contudo, o governo vem nos últimos dias jogando suas últimas cartadas para sobreviver. Prova disso são as constantes reuniões que Dilma e seus ministros vem fazendo com os principais líderes dos partidos da base aliada com a finalidade de recompô-la. Se de fato conseguir, o governo sobreviverá. Pois há um clima menos desfavorável agora do que nos meses anteriores. E a tendência é de que as novas operações da polícia Federal e do Ministério Público na Lava a Jato venha atingir parlamentares da oposição, enfraquecendo-a. De mais a mais, há uma perspectiva de inflação menor para os próximos meses, uma vez que a maioria dos analistas avaliam que o pico de alta será em agosto, declinando mês a mês daí para frente. E para completar, Dilma aumentou suas viagens pelo país, inaugurando obras como a transposição do rio São Francisco, o que também dá a sensação de que as coisas estão melhorando. Agora, se isso vai dar algum resultado, ainda será preciso esperar um pouco mais, mas o pior momento do Governo pode realmente ter passado.
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