Quando juntas, em algum lugar há fartura delas com brindes e coquetéis que até perece que a humanidade só resolveu lá se instalar, onde na ganância, a fome e a sede realmente existem em abundância. Bem, quanto ao outro lado, não há necessidade de atenção, pois ali não sobrevive. Se há fome e sede, então vida não tem e se não há vida, porque haveria de ter programas sociais? Esses tais programas sociais, como festas, jantares executivos só podem existir em algum lugar onde há excessos de comida, água e dinheiro. Mas, vamos fingir que conseguimos implantar vida no sertão da miséria, transpondo o rio pra lá chegar e o pobre poder plantar e de lá nem precisa sair porque tem vida. Agora a fome e a sede necessitam de outras carências além de um prato de comida ou mesmo um copo de água e digo uma coisa o sabor dessa carência é amargo e fede pior do que a sede e a fome em si. Ela exala o odor pútrido da essência morta de nunca se alimentou de amor ao próximo, mas tomou doses letais de egoísmo e indiferença. Já não há complacência nem dignidade, apenas um espírito agonizando nas trevas das misérias fartas em suas mesas, como a corrupção, preto preferido desse lugar.