Rumo ao mar, o pé seguiu amparando a arquitetura humana nua de vestimentas tradicionais. As que estavam no porão, enfileiradas, desbotadas devido ao tempo, ainda estavam em uso. Se projetavam na face e ansiavam por uma visão plena das águas cristalinas. Conseguiam respirar em dias de calmaria ante o adormecer do caos que sempre esperava a oportunidade de um novo dia para se estabelecer. Mas os pés, sempre seguiam calçados ou não e assim como as vestimentas encardidas, desejavam receber os beijos das ondas salgadas. O cais estava iluminado e recepcionava todos os pés, nos pré e pós adversos momentos. Era perene como a visão do nada em lugar nenhum e por isso mesmo era democrático, no acolhimento de todos os pés peregrinos de angústias diversas, dispersas. O pé fez morada no cais e de lá, só saiu quando foi para navegar é ancorar em outro cais.