Usina de Letras

Uma pergunta que vem dominando o cenário político nos últimos meses é: Lula poderá ou não concorrer nas eleições deste ano? Apesar de estar condenado em segunda instância, ele vem agindo como se nada o fosse impedir de chegar ao terceiro mandato, embora a sua candidatura esteja na mão da justiça. Lula é popular e se puder concorrer vai dar trabalho aos adversários. Muito provavelmente chegará ao segundo turno. Mas se for impedido, vai levar o pleito de 2018 para os tribunais; pois está mais do que claro que ele não vai se dar por vencido e vai lutar até se esgotar todas as possibilidades. É uma pena. Eu mesmo votei nele em 1989, 1994, 1998, 2002 e 2006. Só que ele já governou o país por duas vezes e o melhor que tinha a fazer era se afastar da vida pública; aliás, como ocorre com os presidentes dos EUA. Na realidade, deveria haver uma lei impedindo um ex-presidente de exercer qualquer outro cargo público, seja qual for. Isso permitiria uma renovação política e o surgimento de novas lideranças, coisa que raramente acontece, e evitaria que velhos caciques continuasse a mandar nesse país, a fazê-lo de quintal de casa, como acontece com Sarney, Collor e o próprio Lula. Como um partido político pode se renovar e modernizar se a mesma pessoa continua a controlá-lo por décadas, muitas vezes confundindo a imagem do partido com a de seu líder? Não, não é possível querer um país diferente e moderno quando os políticos são sempre os mesmos. Apenas se alternam no poder. Não, não é a política que está desacreditada, como se ouve o tempo todo; são os políticos que são sempre os mesmos, fazendo sempre as mesmas coisas. É isso que desanima as pessoas, que dá essa sensação de indiferença. Mas parece que eles, os políticos, não estão nem aí. Não se importam com isso. “Que se dane o eleitor”, deve dizer a maioria deles, porque, no fundo o eleitor é só um mero instrumento; querem apenas se perpetuar no poder e nada mais. Infelizmente Lula está indo por esse caminho. É uma pena.