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Artigos-->MAIORES SUSTOS, MAIORES INDIGNAÇÕES -- 22/04/2002 - 08:45 (inacio loiola) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Inacio Loiola





A propósito do que escrevi em MENORES SUSTOS, MAIORES INDIGNAÇÕES, volto a refletir sobre o mesmo tema, agora muito mais assustado.



Gostaria de convidar a sociedade em geral e os senhores comerciantes, empresários e autoridades em particular, para lerem comigo os seguintes artigos do mesmo Jornal da Cidade, Caderno B, do dia 11 de abril :



1. ATENTADO – PM DÁ TIRO NA PERNA DE ESTUDANTE ( por Ailton Sousa do JC)



Vítima: Edson Santos, 20 anos, estudante – vinha da padaria, quando um policial conhecido por Cláudio perguntou “Me conhece neguinho?”, Edson responde negativamente, o policial desce de uma Pampa e atira. Aconteceu as 19 horas do dia 09 na rua Minita em Taiçoca de Dentro e a comunidade comentou que o mesmo policial costumava se exceder em suas batidas e outras pessoas já foram agredidas por ele.



2. POLICIAL AGRIDE JOVEM COM O REVOLVER ( por Ailton Sousa do JC)



Vítima 1: F.E.C, 21 anos, estudante – teve seu Corsa interceptado por policiais perto da Faculdade Pio X onde estuda, agredido com uma coronhada na face que deslocou o maxilar, obrigado a ficar de joelhos e teve a arma engatilhada na nuca, sendo logo depois internado no Hospital João Alves e submetido a intervenção cirúrgica.



Vítima 2: Ivan Santos Bispo, 27 anos, pintor – agredido com chutes no peito, numa Blitz no Coroa do Meio porque demorou a retirar o capacete.



Vítima 3: Antônio Paixão França, 27 anos, vigilante – espancado por um PM alcoolizado que estava criando problemas com enfermeiras e funcionários no Hospital João Alves.



Observei que destas cenas não havia fotos por certo porque seria forte, agressivo e grotesco ver policiais armados em batidas contra pessoas completamente indefesas e desarmadas.



No caso dos menores que eu ligeiramente tentei analisar, tratava-se de meninos vivendo nas ruas, largados às suas próprias sortes, sem os devidos cuidados, seja de pessoas ou de instituições. É um problema que envolve questões sociais e não se deve perder de vista a parcela de culpa e o poder de indignação que a sociedade deve ter. Como cidadãos engajados, devemos pensar e debater estes e outros problemas, tentar conduzí-los e resolvê-los porque nos dizem respeito e portanto devem nos afligir e nos incomodar.



No presente caso, o que nos afeta é a violência e a corrupção policiais, a que estamos expostos todos os dias, todas as horas nas ruas e dentro de nossas casas. Há um sistema policial que está eivado de males crônicos que precisam ser corrigidos para fazer cumprir o seu papel de guardião e matenedor da ordem, da segurança e bem estar públicos. É possível entender os problemas que levaram essa instituição a se corromper e se tornar violenta a ponto de ameaçar mais do que proteger. Mas não dá pra aceitar que ela se mantenha e sustenha assim. Há que se dizer um basta e recomeçar com uma campanha de educação e de formação desse contingente. Eles também são cidadãos, também estão expostos à violência urbana e muitas vezes mal equipados em relação aos bandidos que têm de combater e que geralmente usam armas e equipamentos muito mais caros e sofisticados. É necessário desvencilhar o policial do seu envolvimento com o crime organizado, com a bandidagem, com a prostituição, com o narcotráfico, com o contrabando de armas e outros crimes como tem sido noticiado nos meios de comunicação, para que a sociedade se sinta protegida e não ameaçada, para que a sociedade acredite no sistema e confie nele, como instituição séria e realmente mantenedora da ordem e da paz. As notícias de violências policiais assustam de verdade. Não se combate violência com mais violência e acho que é por isso que a polícia peca e tem experimentado o amargo do próprio remédio: tem insistido em combater a violência sendo cada vez mais violenta.



Espero que a Rua do Mercado, o comércio e a população em geral se sintam bem em quaisquer lugar e com bastante segurança. E que todos possamos sair de nossas prisões domiciliares e passear pelas ruas da cidade com tranqüilidade, com a certeza de que estaremos sempre protegidos, porque nelas transitam pessoas. E nós que fomos “Treinados para a Indiferença”, como disse apropriadamente o Prof. Cristovam Buarque, sejamos apenas diferentes, capazes de nos indignar e melhorar sempre. E que, nas ruas, apenas os bandidos sintam-se ameaçados.

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