Quem vem acompanho o senário eleitoral sabe o quanto esta eleição remete àquela de 1989, vencida no segundo turno por Fernando Collor, um governador alagoano com a fama de “caçador de Marajás”, numa disputa acirrada contra o petista Luís Ignácio Lula da Silva. Talvez o que venha transformar as eleições de 2018 num dejavu de 89 não seja o segundo turno, mas sim o primeiro, onde mais de uma dezena de candidatos, das mais variadas correntes ideológicas, prometiam mundos e fundos para tirar o país da profunda crise econômica, cuja taxa anual de inflação batia nos dois mil porcentos. A população estava descrente com a política e com os políticos, por causa da crise, apesar de tratar-se da primeira vez, depois do fim do Regime Militar, que os brasileiros iriam escolher seu presidente, já que as eleições de 1984 foram indiretas. Essa descrença permitiu o surgimento de candidatos de partidos pequenos e sem expressão, candidatos com promessas mirabolantes mas apoiados por empresários e parte dos meios de comunicação, como ocorreu com Collor. Bem, a história todos nós conhecemos. As medidas tomadas por ele e sua equipe econômica acabaram por levar o Brasil para o fundo do poço; a inflação, o maior problema da época, não foi controlada. A crise foi tanta que a única saída foi o impeachment de Collor. Agora a história se repete. Dessa vez porém o problema não é a hiperinflação, a qual parece definitivamente controlada, mas a corrupção. E mais uma vez vemos candidatos poucos conhecidos, inexperientes e cujas legendas são pequenas se aventuram na disputa presidencial com discursos demagogos, prometendo acabar com a corrupção. Sabemos que este problema não é simples de resolver; ainda mais se levarmos em conta que, infelizmente, a maioria dos brasileiros vê a transgressão das leis com naturalidade. A corrupção no Brasil é mais velha do que a própria república e não será resolvida de um dia para o outro, menos ainda em quatro anos. Trata-se de um processo demorado infelizmente e o qual envolve a sociedade e todos os poderes da república. Portanto, qualquer candidato que prometa o fim da corrupção só está fazendo o eleitor de idiota como fez Collor no combate aos marajás. Não estou aqui para defender este o aquele candidato, mas não posso deixar de ver em Bolsonaro um novo Collor. Há muitas semelhanças não só nas promessas como no partido ao qual está filiado, um partido pequeno e pouco representativo. Assim como Collor ele parece saber, como nenhum de seus oponentes, usar o anseio e a ingenuidade dos brasileiros em seus devaneios políticos. Quiça eu esteja errado, mas temo que se eleito, já que num momento de fragilidade política como o atual tudo é possível, ele se mostre um novo Collor ou algo ainda pior. E então tudo pode acontecer.
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