De uns tempos pra cá tenho visto muita
gente preocupada com a vida. Fala-se muito em suicídio, tamanha é a preocupação
sobre o assunto que até mesmo um mês só pra se falar no combate a ele foi
estabelecido. Uma mão amiga é estendida, uma ajuda é oferecida, de repente
aparecem amigos de todo o canto pra ouvir o que você tem a dizer e,
aparentemente, resolver o problema.
Pergunto, como não poderia deixar de
ser: o que foi feito para evitar que se chegasse a esse ponto? Que providência
foi tomada pra que o suicídio não se tornasse esse problema que gerasse essa
campanha idiota de prevenção a ele, que nada mais é do que tapar o sol com a
peneira? Até porque essa suposta prevenção deveria ser feita não depois que a
questão surgiu, mas para se evitar que ele surgisse. Mas como nosso sistema de
saúde só é preparado pra cuidar (e mal) do problema quando ele surge, pra só
dar atenção ao paciente quando está pronto pra enterrar e não enquanto ainda
pode ser salvo, agora estamos com esse abacaxi nas mãos.
Economia falida, motivo de piada no
mundo afora, política comandada por corruptos, total falta de esperança,
juventude completa ou no mínimo parcialmente corrompida, tudo isso gerado por
este mesmo governo que tenta tratar um paciente canceroso com aspirina,
procurando lançar uma mensagem de que a vida é bela ao mesmo tempo que deixou
claro de toda a forma que até pra que a coisa fique feia seria preciso muita
cirurgia plástica. Tenta-se consertar a moral, a alma do povo, colocar a casa
em ordem deixando o acabamento bonito, sendo que o alicerce já tá podre faz
tempo, unicamente pra se deixar a entender que alguma coisa está sendo feita.
Afinal, o mundo é feito de aparências...