É certo que depois de 20 anos eu retorne a este site e veja com meus olhos de vitrine a mesmice batucante dos maracatus literários aqui proferidos diariamente.
Lamento ver tanta identidade nos textos de pessoas tão diferentes. Tantos universos, tanto a se apresentar e o que temos? Literatura de auto-ajuda em cartas, um poema feito "nas coxas" do Fiuza (poeta que, apesar do escorregão do texto "Poetas unidos..." eu admiro) e outras tantos onomatopéicos blas blas blas.
Livremente o autor do usina de letras se perde numa alvoroçada tentativa de afirmar-se como autor. O criativo e ousado autor agora sede lugar ao escriba do rei, cuja função era apenas relatar, relatar, relatar. Como Dédalo, arquiteto criador da própria prisão, o escritor do usina busca a “fama”. Na pré história do usina de letras, o ranking e as leituras eram o status máximo que poderia ser atingido por alguns de nossos pares. Hoje é oferecido o “patrocínio” demonstrando o quão magnífico (ou narcisista) pode ser um autor. Mas como diria Cruz e Souza, “não quero nesse verso altivo, adamastórico” desmerecer qualquer dos autores citados como patrocinados, mas sim pedir, como leitor que sou de vossos textos que, por favor, enalteça-nos com vossas genialidades.
É certo que depois de 20 anos eu retorne a este site e perceba que Felix ainda pretende fazer-nos lembrar de algo que apenas ele sabe ou que os “pseudônimos” tão criticados ainda seja inoportunos e malquistos. É certo que alguma pérola se perdera dentro de um lixo idêntico.