Os poderosos que se encastelam no poder apenas com o objetivo de defender seus próprios interesses (normalmente tendo de sacrificar milhões de destinos para obterem lucros rápidos e volumosos), usam de um artifício sutil para fabricar heróis e vilões. Ao longo dos anos, induzem modificações de textos e fotos de publicações didáticas relacionadas principalmente a eventos históricos. A cada edição uma frase é incluída ou excluída. Detalhes são suprimidos e conceitos são acrescentados. Um personagem de uma foto é desfocado. Se estiver numa das extremidades, fica mais fácil suprimi-lo. Seu nome desaparece da legenda e do relato em volta. É claro que estes livros são os mais indicados a serem usados na rede de ensino ao longo dos anos letivos. Principalmente na rede pública. Somente pesquisadores idôneos movidos pela determinação cívica e pelo prazer, são capazes de resgatar a verdade através de exaustivas "garimpagens" em registros das épocas envolvidas. Poucos esclarecidos tomam conhecimento deste trabalho. E se insistem muito em divulgar tais fatos, sofre algum tipo de pressão para mudar de assunto.
Existem rumores fortes de que a versão real da guerra do Paraguai não é exatamente a que nos foi passada em tempos áureos. E este tipo de procedimento hoje se tornou rotina dentro da mídia pesada, de grande penetração e influência na opinião pública. As distorções dos fatos a favor dos gerentes da nação, sugeridas pela grande maioria de patrocinadores envolvidos em contratos obscuros, evitam que os escândalos venham a público com a força necessária para despertar a indignação necessária na população no sentido de mobiliza-la dentro de um processo nacional de desinfecção dos palácios governamentais. Os competentes técnicos em propaganda e marketing usam toda sua criatividade e competência para enaltecer um "produto" estragado que passa a ser idolatrado pelo povo enganado, principalmente depois das "pesquisas" encomendadas pelos próprios autores da obra.
Haroldo P. Barboza – Matemático, Analista de computador e Poeta – Maio / 2002
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