A pesca esportiva é uma modalidade amadora em que o principal objetivo é o entretenimento. Depois da fisgada, os pescadores devolvem os peixes ao seu habitat natural, sem abatê-los.
Entre os alvos mais famosos dos praticantes desse esporte estão os peixes de água doce do Brasil, já que nosso país tem uma grande variedade de espécies, e cada uma tem um tipo de fisgada diferente.
Você sabe os nomes de peixes de água doce do Brasil? Leia nosso post até o fim para descobrir quais são as 15 espécies mais conhecidas e as principais características de cada uma!
1. Pintado
O pintado, também conhecido como surubim, caparari, brutelo e loango é um peixe de couro de grande porte, podendo chegar a 1 metro de comprimento. Como suas nadadeiras têm espinhos, o cuidado em seu manuseio é fundamental, o que torna a pesca especialmente desafiadora.
Seu habitat inclui lagos e rios, podendo ser encontrado principalmente nas bacias do São Francisco, Paraná e Prata. Fica próximo da margem, escondido debaixo das malhas de aguapés e camalotes. A melhor época para pescar em água doce é entre junho e agosto, período de inverno em que os peixes estão maiores e mais robustos.
Detalhes na pele do pintado, um dos principais peixes de água doce.
O pintado pode ser diferenciado de outras espécies do mesmo gênero pelo padrão arredondado/ovalado de suas manchas. Apresenta hábitos carnívoros e se alimenta principalmente de peixes menores. As poderosas mandíbulas prendem a presa com força, impedindo que ela escape.
2. Dourado
Também conhecido como dourado-cabeçudo, rei dos rios, saltador ou amarelão, é comumente encontrado nas bacias do rio São Francisco, na Região Nordeste do país e no estado do Paraná. É um peixe essencialmente de água doce e chega a medir até 1,5 metro.
O dourado é considerado uma espécie canibal e agressiva, se alimentando de moluscos e crustáceos quando jovem. Já na fase adulta, consome peixes inteiros. Pode ser pescado o ano todo, especialmente em locais de águas rápidas, confluência de rios e pedrais.
Devido à construção de barragens nos rios brasileiros, o estoque populacional da espécie diminui consideravelmente. No entanto, ele ainda pode ser encontrado durante todo o ano.
3. Tucunaré
Esse é um dos peixes de água doce do Brasil mais procurados pelos pescadores. Existem diversas espécies do tucunaré, como tucunaré-amarelo e tucunaré-açu. Apesar disso, as características de todos são as mesmas: mandíbula protuberante, cabeça avantajada e uma mancha na cauda.
Tem a particularidade de ser um peixe extremamente predador: não desiste da sua presa facilmente, e geralmente luta até o fim. O tucunaré se alimenta de outros peixes e insetos aquáticos e seu habitat depende de cada espécie, como, por exemplo, o tucunaré-açu, que é encontrado na bacia do rio Negro.
A espécie apresenta comportamento territorial, pois defende um determinado espaço onde se reproduz e se alimenta. Além disso, exibe cuidado parental, em que os exemplares fazem ninhos, cuidam de ovos e filhotes, comportamento considerado pouco comum entre os peixes.
4. Pirarara
Também conhecido como peixe-aranha, é encontrado na Região Norte do país – bacias do Tocantins-Araguaia e Amazônica. Pode chegar a medir até 1,4 metro e pesar mais de 50 quilos.
Apesar de se alimentar de outros peixes, pode optar também por sementes e frutas. O pirarara é encontrado em canais de rio ou poços, seja durante o dia ou a noite, e é um tipo de peixe muito procurado por pescadores esportivos ocidentais.
Uma curiosidade é que essa espécie também é utilizada como peixe ornamental por sua bela coloração (preta-esverdeada nas costas, esbranquiçada na barriga e avermelhada na cauda).
5. Pirarucu
Conhecido em alguns locais como pirosca ou bodego, essa espécie é encontrada na Região Norte do país e se destaca pelo peso, que pode chegar a mais de 200 quilos. Apesar disso, o seu tamanho gira em torno de 2,5 metros.
Além das brânquias, o pirarucu tem uma bexiga natatória, que lhe permite retirar oxigênio do ar, garantindo, assim, a sua sobrevivência quando fica preso em pequenas poças. Se alimenta de outros peixes, sementes e frutas e pode ser encontrado em lagos, durante o dia ou à noite.
Para pescá-lo, é importante fazer uma observação prévia. Isso porque a espécie costuma nadar em círculos próximo às plantas, subindo para pegar ar de tempos em tempos, e a análise visual pode ajudar a identificar o bocudo.
Uma ótima forma de encontrar o pirarucu é durante suas saídas para pegar ar.
6. Bicuda
Com o corpo alongado e comprimido, esse peixe de escamas tem diferentes padrões de coloração. Com uma boca pontuda e grande, os maiores exemplares são capazes de superar 1 metro de comprimento e ultrapassar os 5 quilos.
É muito habilidoso para saltar fora d’água quando se alimenta. Ademais, um dos aspectos marcantes da espécie é a sua grande rapidez. É encontrado nas bacias Amazônicas e Araguaia-Tocantins, em áreas de correnteza ao longo da beira e na boca dos igarapés, rios e lagos.
7. Corvina
Esse peixe é principalmente marinho, mas apresenta vários representantes em água doce, como o gênero Plagioscion. Sua coloração é prata azulada e exibe um grande número de dentes pontiagudos e recurvados. É uma espécie carnívora, que se alimenta de insetos, peixes e camarões.
Os maiores representantes costumam ser pescados no final da tarde e à noite em poços profundos. Muitas vezes o cardume fica no fundo de lagos, reservatórios e lagoas, por isso, a fisgada precisa ser firme para que o peixe não escape.
Para encontrar esse peixe de água doce do Brasil, procure na região noroeste do estado de São Paulo, em rios como o Grande e o Tietê.
8. Saicanga
A espécie é considerada bastante agressiva e valente. De porte médio, atinge cerca de 20 centímetros de comprimento e um peso de 500 gramas. O corpo é comprimido e alongado, coberto por pequenas escamas de coloração prateada e brilhante.
O focinho é bastante longo e a boca é grande e com uma característica marcante: os dentes afiados fora da mandíbula são utilizados para arrancar pedaços de outros peixes, sua fonte de alimento.
Esse peixe é encontrado em várias represas d’água, lagoas e próximo a pedras e pedreiras. Além disso, apresenta uma característica de agressividade nas primeiras horas da manhã e ao entardecer, atacando cardumes.
9. Achigã
Para os pescadores internacionais, trata-se do black-bass, peixe original da América do Norte, mas que apareceu no Brasil por volta do ano 1920. Pode ser encontrado em bacias das regiões Sudeste e Sul.
Vive em águas calmas próximo a troncos, onde se alimenta de pequenos peixes, crustáceos e, algumas vezes, sapos e salamandras. Por isso, tome cuidado para não perder a linha na hora da briga com esse bruto!
O achigã gosta de climas mais frescos, quando a temperatura da água está entre os 10 e 30 graus, por isso, você não vai encontrá-lo durante dias de calor ou frio excessivo.
Natural da América do Norte, é comum encontrar o achigã em dias de climas amenos.
10. Cachorra
Esse peixe de água doce do Brasil pode ser encontrado principalmente nas bacias Amazônica e Araguaia-Tocantins. Seus dentes pontiagudos foram os responsáveis pelo seu nome de batismo, e muitas vezes é chamado pelos pescadores de peixe-vampiro.
Dica da Quisty: sempre que for pescar cachorra, utilize líder de aço, pois além de se alimentar entre galhadas e pedras, o peixe possui dentes muito afiados e que podem romper a linha com facilidade.
Curiosamente, a briga com o peixe não é tão complicada. Após alguns saltos (tome cuidado para não perdê-lo da isca), o animal se cansa e acaba cedendo ao pecador.
11. Piauçu
Também chamado de piau ou piapara, é uma espécie muito briguenta, com arrancadas brutais e que costuma se enroscar entre galhos e capins. Mede cerca de 40 centímetros, pesando em média 1,5 quilos.
Possui grande variedade de espécies e pode ser encontrada em boa parte dos rios brasileiros, especialmente nas bacias Amazônica, Araguaia-Tocantins, Paraná e São Francisco. No Pantanal é possível encontrá-lo durante o ano todo.
12. Traíra
Com um tamanho médio de 60 centímetros e pesando até 3 quilos, a traíra é uma lutadora ágil, brigando com o pescador até o último minuto. Costuma habitar os espaços mais calmos e escuros dos rios, o que a torna difícil de ser encontrada.
Essa espécie não costuma aparecer em águas com temperaturas abaixo dos 18 graus. Por isso, os melhores meses para pescá-la são entre dezembro e março, no auge do verão brasileiro.
Pode ser encontrada em quase todos os açudes, lagos e lagoas do Brasil. Ao fisgá-la, tome muito cuidado com seus dentes pontiagudos e não se esqueça de utilizar um líder para evitar o rompimento da linha.
Além disso, esses peixes de água doce do Brasil têm uma dieta carnívora, à base de peixes menores, rãs e insetos, e podem ser fisgadas com boa parte dos tipos de iscas naturais e artificiais.
13. Pacu
Esse briguento pode ser encontrado em diversos locais do Brasil, como o pantanal matogrossense, os rios amazônicos e a bacia da Prata. Habita as partes mais rasas, geralmente próximo à superfície da água.
Uma dica muito importante na pescaria desse peixe é permanecer atento à isca, pois o pacu costuma mordiscá-la antes da fisgada. Assim, você conseguirá se preparar para o bote.
14. Tambaqui
Trata-se de um peixe com escamas de água doce, também conhecido como pacu vermelho. Pode ser encontrado em regiões de águas quentes, como Goiás, São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso.
O tambaqui se reproduz durante as chuvas de verão, quando a temperatura dos rios é alta e o nível das águas sobe consideravelmente. Porém, é importante ressaltar que, durante essa época, sua pesca é proibida por lei.
Seu tamanho pode variar muito: há tambaquis de até 1 metro, chegando próximos de 50 quilos. Entretanto, isso é raro, e os exemplares mais comuns têm cerca de 30 centímetros e pouco mais de 3 quilos.
O tambaqui pode chegar a pesar 50 quilos.
15. Tilápia
Para finalizar a lista, não poderia faltar um dos peixes mais comuns de água doce: a tilápia. Nativas da África, foram trazidas para o Brasil e se espalharam por boa parte rios, represas e pesqueiros em todo o país.
Com tamanho entre 20 e 30 centímetros e peso por volta de 500 gramas, uma dica para não bater fofo é prestar atenção no momento da fisgada. Assim que a linha descer, puxe a tilápia para perto.