Sem dúvida, o brasileiro Marcos Pontes.
Marcos Pontes, famoso pela experiência de plantar um feijão no algodão
Vou contar a historinha toda. Em 1998, foi lançado o primeiro módulo da ISS (Estação Espacial Internacional). A maior obra de engenharia espacial da História foi montada em módulos acoplados ao longo dos anos, até seu formato atual. O Brasil teve (teve?) uma participação na montagem da estação. Pelo menos, tentou. No início, a ISS seria construída e mantida por um consórcio de 16 países: os principais países com conhecimento espacial e o Brasil. Cada país iria participar de alguma maneira, com o fornecimento de "partes" da ISS. O Brasil entraria com uma verba de US$120 milhões, fornecendo alguns módulos (6 partes importantes), e teria direito a enviar um tripulante à ISS.
Marcos Pontes foi escolhido para ser o astronauta brasileiro e iniciou o treinamento na NASA. Passou o tempo e nada do Brasil fornecer as peças. Em 2003, como nada tinha sido feito e o cronograma de montagem da ISS estava no fim, foi acordado, então, entre a NASA e o governo brasileiro, o fornecimento de algumas peças menores (43 FSEs - não sei o que é isso) a um custo de US$8 milhões. Nesta altura do campeonato, a ida de Marcos Pontes ao espaço já estava comprometida, já que o Brasil não conseguia cumprir com a sua parte. Aliás, das 43 FSEs, o Brasil disse que só conseguiria fazer 15. Quando iniciaram a fabricação destas peças, em 2007, a NASA disse que não precisava mais e cancelou o pedido.
No fim, o Brasil não forneceu peça alguma à ISS... E o Marcos Pontes? Bom... Vendo que pelo caminho normal ele não ia conseguir voar, pegou um "atalho". O governo brasileiro pagou cerca de US$10 milhões à agência espacial russa para pegar uma "carona" em um voo para levá-lo à ISS, como um "turista" espacial... Indo na condição de "turista" e não de "astronauta" (ou "cosmonauta", como chamam os russos), ele não tinha função alguma no voo e era proibido de apertar qualquer botão durante o "passeio". A NASA até achou meio estranho o Brasil dizer que não tinha dinheiro para fazer as peças e pagar este tanto para os russos levarem o Marcos Pontes, mas deixaram para lá. Da lista original dos países participantes da ISS, só o Brasil não faz mais parte.