CARQUEJA
Nome científico: Baccharis trimera (Less) DC.
Sinonímia científica: Baccharis genistelloides Pers. var. crispa; Cacalia decurrens
Vell var. crispa; Baccharis crispa Spreng.; Molina crispa Less.
Nome popular: Carqueja, carqueja-do-mato, bacárida, bacórida, cacália, condamina,
quina-de-condamine, tiririca-de-babado (BA), carqueja-amargosa, carqueja-amarga,
bacanta, carque, cacália-amarga, cacáia-amarga, vassoura (RS), vassourinha.
Família: Asteraceae.
Parte Utilizada: Caule e folha.
Composição Química: Dimetoxiflavonas; Flavonóides: apigenina, metil-luteolina,
quercetina, nepetina, genkwanina e hispidulina; Óleo Essencial: acetato de carquejilla,
acetato de carquejol, pineno, cariofileno, cis-cariofileno, cubebeno, elemeno; Ácido
Hautriwaico.
Formula molecular: N/A Peso molecular: N/A
CAS: N/A
DCB: N/A
DCI: N/A
Herbácea perene, de caule ereto, rijo e muito ramificado, chegando a 1,2 metros de
altura. As folhas quase não se fazem notar, caule com 3 formações foliáceas, rígidas e
planas, de coloração verde-clara, interrompidas em alguns talos. A inflorescência é um
capitulo de flores femininas em alguns pés e masculinas em outros, aparecendo nas
axilas da interrupção dos caules. O fruto é um aquênio com papilho.
Indicações e Ação Farmacológica
A Carqueja é empregada principalmente como digestiva, hepatoprotetora, diurética e
externamente em feridas e ulcerações.
Dentre as atividades biológicas demonstradas por diferentes extratos de Carqueja,
pode-se mencionar ao nível digestivo a atividade anti-ulcerosa da infusão da planta
inteira, em modelos que promovem a indução de úlceras por indometacina, cujo
mecanismo de ação se basearia em uma menor mobilização do cálcio ao nível
intracelular. Os flavonóides proporcionam as ações hepatoprotetora e colagoga. O
conjunto dos mesmos demonstrou incrementar entre 25 a 100% a porcentagem de
sobrevida em ratos intoxicados com phalloidina em dose de 20 mg/kg via intravenosa.
O flavonóide mais ativo demonstrou ser a hispidulina.
Ao nível infectológico a Carqueja tem demonstrado interessantes resultados em
diferentes ensaios, como a atividade inibidora das lactonas sesquiterpênicas frente ao
Schistosoma mansonii, que causa a Esquistossomose e sobre o Trypanosoma cruzi,
que causa a Doença de Chagas.
Observou-se também atividade antibacteriana frente ao Bacillus subtilis, Micrococcus
luteus e Staphylococcus aureus por parte do flavonóide genkwanina (extrato etanólico
5 mg/mL), atividade esta que resultou maior que fornecida pela apigenina.
Ao nível oncológico fora realizados alguns estudos preliminares com algumas
variedades de Baccharis tanto na América do Sul quanto na Europa em prova de
citotoxicidade, observaram-se interações com o DNA de células tumorais e alguns
resultados favoráveis em leucemia, o qual permite começar uma linha de pesquisa
promissora neste campo.
Os flavonóides exercem atividade diurética o qual pode gerar hipotensão arterial,
como caracterizado nos modelos experimentais in vivo sobre ratos.
Toxicidade/Contraindicações
Está contraindicado para gestantes por ser abortivo e administrado em pessoas com
glicemia normal provoca uma diminuição nos níveis de glicose no sangue.
Não apresenta toxicidade nas dosagens indicadas.
Dosagem e Modo de Usar
Uso Interno:
- Infusão ou Decocção (rasura): 25 gramas em 1 litro de água. Tomar 1 a 2 xícaras
após as refeições;
- Extrato Fluído: 20 a 35 gotas três vezes ao dia, diluídos em meio copo de água;
- Extrato seco: 100 a 300 mg até três vezes ao dia;
- Pó: 1 a 4 gramas ao dia;
- Tintura: 5 a 10 mL, três vezes ao dia, diluídos em meio copo de água.
- TM: 10 a 20 mL, três vezes ao dia, diluídos em meio copo de água.
Uso Externo:
- Decocção (rasura): 10 gramas em 1 litro de água, como antisséptico de feridas e
úlceras.
Referências Bibliográficas
CORRÊA, M. P. Dicionário das Plantas Úteis do Brasil. IBDF. 1984.
COSTA, A. F. Farmacognosia. volume 1. Lisboa. Fundação Gulbenkian Calouste
1994.
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