O VENTO MINUANO
DEDICADO A ASSOCIAÇÃO TRADICIONALISTA ESTÃNCIA DO MINUANO
Quando é inverno, a noite plena de estrelas, o vento vem de longe... lá dos Pampas Argentinos e do sopé dos Andes, para fazer travessuras pelas canhadas e pelas coxilhas do Rio Grande do sul. E acordar o velho guasca, intrometendo-se pelas frinchas do galpão.
É o minuano. Este vento tem sido cantado pela musa Riograndense e saudado pelos prosadores e menestréis de nossa arte literária; tem sido tema de formosas composições e é assunto de muitas conversas de beira de fogo, enquanto se espera que o churrasco fique pronto.
O Minuano traz consigo algo de lendário e de sublime. Não é um simples vento. Nele vaga a própria alma campeira e simboliza aquelas qualidades naturais do gaúcho: destemido, aventureiro, romàntico, forte, audaz e espirituoso.
É o mesmo vento que ora oscula com furor de quase tempestade um andante qualquer na estrada, e ora oscula com um quê de poesia o rosto da donzela, fazendo-lhe acenar os cabelos.
Seus cànticos ao vencer obstáculos da natureza vão ecoando pelas distàncias e fazendo parte das sinfonias de acordes naturais da campanha; une-se ao gorjeio dos pássaros; Ã canção do tropeiro; ao balido da ovelha. E vai além contando prosas, comunicando histórias, tocando corações.
Minuano! Minuano de tantas jornadas e tão diferentes façanhas. Ele pertence à cultura do gaúcho, motivo que é de sua arte, tema que é de suas cantigas e suas conversas.
Minuano símbolo de virilidade e de ternura, de força e de poesia.
O Minuano é como o gaúcho: aventureiro, forte, varonil e romàntico...