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Artigos-->Quem não se lembra: Fafão de Azevedo -- 05/06/2024 - 21:57 (Brazílio) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

 

 

 

 

Cronicas-->O ADMIRADOR ANÓNIMO -- 25/03/2008 - 15:25 (FAFÃO DE AZEVEDO)  Siga o Autor Destaque este autor Envie  Outros Textos
São três horas da madrugada de sábado prá domingo, de uma bela noite do mês de abril, e acabo de ser despertado, do mais tranquilo sono, por um alarme de automóvel disparado bem embaixo da minha janela, no primeiro andar de uma super-quadra da Asa Norte. 
Os que me conhecem, de mesa de bar, devem estar se perguntando o que teria acontecido para eu estar em casa dormindo numa bela noite de sábado. E, como uma pergunta que se faz a si mesmo só pode ser respondida pelo próprio perguntador, eles mesmos devem estar se respondendo que sábado, além da sexta-feira, é dia de amador e que profissional de buteco assina o ponto qualquer dia, menos na noite de sábado, certo? 
Certíssimo! Até mesmo porque é preciso que não se confunda pato ao molho de tucupi com entupi o molho no eu do pato. Pois boémia (o acento é por conta da revisão, eu mesmo sempre falei boémia, tá legal?) é uma coisa e alcoolismo é outra, bem diferente. E tem mais, se eu saísse prá beber todos os dias, quando é que eu ia escrever essas croniquinhas, é ou não é? Ora, vão se catar que eu também tenho que trabalhar prá viver, e o uisquinho tá caro prá chuchu. 
Mas como eu ia dizendo, estava no melhor dos sonos quando soou (eu até diria ruiu, pois ruído não pode soar, mas parece que ruir é outra coisa, né? - essa língua portuguesa!!!) o tal alarme. Minha primeira reação foi a de me vestir correndo e ir ver o que se sucedia, mas logo logo me lembrei de que meu carro não tem alarme (que eu não gosto de incomodar os vizinhos) - e se as companhias seguradoras me pagassem um "merchandising", até que eu faria aqui um comercialzinho, pois uma graninha extra bem que viria numa boa hora. Mas vamos deixar isso prá lá... 
O sono, é claro, foi pró brejo e fiquei a observar e a refletir sobre o acontecido. De duas uma: ou o ladrão se deu muito bem e conseguiu puxar o veículo sem o menor aborrecimento, ou foi mesmo o proprietário que, depois de uma dessas visitas que só terminam quando o dono da casa vai dormir e acaba a boca-livre, tendo esquecido de desativar o tal alarme anunciava a sua partida ao sonolento amigo, estendendo o anúncio à toda vizinhança. Mas não vou aqui optar por nenhuma alternativa, pois acho muito feio esse negócio de acusar sem provas. 
E isso me faz lembrar as declarações do delegado de polícia entrevistado ontem, no Aqui Agora, sobre o caso do furto do carro do Collor de Mello. Vocês não sabiam? Pois é, puxaram o Opala 91 do Fernandinho, em pleno dia, na Avenida W3 Sul, enquanto seu motorista (tem sempre um motorista nos casos do Collor) pagava algumas contas nas imediações. Foi feita a ocorrência policial, a imprensa noticiou, mas o mais inusitado é que o carro reapareceu, uns dias depois, a uns cem metros da Casa da Dinda. 
Os seguranças ficaram assustados e chamaram a perícia para detectar se havia algum explosivo ou coisa parecida. Nada foi achado. O carro (ou seria carroça?) estava intacto, apenas as placas haviam sido retiradas. De resto, nem um arranhão, tudo na mais perfeita ordem. Havia sim, dizia o noticiário, um bilhetinho preso no pára-brisa onde o puxador pedia suas desculpas e se declarava um grande admirador do ex-presidente. Bonito, não acham? E, agora, vem o indigitado delegado declarar, na televisão, que há suspeitas de que poderia ser uma armação dos empregados e que a hipótese da devolução pelo larápio era muito improvável e coisa e tal. 
Ora, vamos e venhamos, apesar da crise moral que estamos passando em nosso país, não podemos acreditar que o sentimento de ética profissional esteja completamente extinto e, se o carro foi devolvido por livre e espontànea vontade ao seu legítimo dono, há que se considerar o espírito de coleguismo e até mesmo elogiar o desprendimento do anónimo ladrão. Afinal de contas, eleja teria assegurado os cem anos de perdão. 
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