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Artigos-->LEMBRAÇAS DE UMA VIAGEM À CURITIBA -- 17/06/2024 - 18:15 (LUIZ CARLOS LESSA VINHOLES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

 



                             LEMBRAÇAS DE UMA VIAGEM À CURITIBA



 



L. C. Vinholes



17.06.2024



 



Nota: juntando apontamentos e anotações esparsas, estas memórias da viagem a Curitiba, em agosto de 2001, foram escritas em 16 de dezembro de 2013. Relendo e pensando no que mudou nos últimos vinte e três anos, me dou conta de que elas só valem como registro histórico de um andarilho que nunca se cansava de andar, que amava a descoberta de um novo ramo na sua árvore genealógica e que não se satisfazia com o pouco que descobria, mas que transbordava de alegria com o muito que lutando, conseguira. Arrume as malas e vamos viajar.



 



Desde que na Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores, onde trabalho, ficou decidido que, no final de agosto, os participantes do segundo módulo do Curso Internacional de Cooperação Técnica 2001 (Cicotec[i]-2001) por ela promovido visitariam, em Curitiba, o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e a Secretaria de Desenvolvimento Urbano, senti que chegara a hora de conhecer um pouco a respeitos dos Vinholes daquela capital, pois eu estaria acompanhando o grupo formado por equatorianos, colombianos, guianenses, peruanos, surinamenses e venezuelanos.



Pesquisando na internet, encontrei o endereço e telefone do Farol do Saber[ii] Aristides O. Vinholes. Telefonei algumas vezes para informar-me sobre os horários de funcionamento. O telefone tocava, mas ninguém atendia. Mandei carta para o endereço da rua Luís França s/nº, mas não obtive resposta. Apesar de tudo, viajei esperançoso.



Na noite em que cheguei a Curitiba, dia 29, consultei a lista telefônica e lá estavam os nomes de Aristides O. Vinholes[iii], Rua Anita Ribas nº 736, telefone 262.5872; e Izolda M. Vinholes, rua L. Tramartin n º 264, bloco B, ap. 14, telefone 373.7936. Na noite de 30 de agosto, telefonei para fazer o primeiro contato. Atendeu-me Senéria, a moça que trabalha para tia Odília Guimarães Vinholes e dela obtive os telefones das filhas Maria Regina e Sônia. Na casa de Izolda o telefone não atendeu e voltaria para Brasília sem poder fazer contato com essa parenta.



No dia 31, depois de falar, por telefone, com Maria Regina, dirigi-me à Rua da Paz, nº 393, ap. 71. Do hotel Promenade, onde estive hospedado, até o endereço procurado a distância não era muita, mas, percorrendo-a, os paços se multiplicavam e a cada um dado tinha a sensação de uma vitória. Cada momento do percurso diminuía sensivelmente o vazio entre o passado desconhecido e o presente alvissareiro. No caminho, quase em linha reta, passei ao lado do antigo mercado curitibano, meu conhecido de outras viagens. Subi as escadas de acesso à portaria, tomei o elevador silencioso e logo cheguei à sala ampla e muito bem-disposta, onde fiquei esperando a chegada da prima. Pensativo, olhava com atenção cada quadro, cada objeto ornamentando o ambiente. Participava do silêncio que era acolhedor e que prometia satisfação e alegria. Maria Regina não tardou a chegar e dar início às descobertas mútuas. Logo em seguida, lá estava também, a outra prima, Sônia, e seu esposo José Newton Romeiro que, como revelaram, moram no mesmo prédio. Irmãs siamesas não pelos corpos, mas pelo amor e afinidade que senti existir entre elas. Inseparáveis, estão sempre juntas. Juntas até no paralelo das ocupações do dia. Ambas têm negócios, A primeira com o Copo de Leite e a outra com a Vies e Vies, negócios com nomes e especialidades diferentes que não cheguei a conhecer.



 A noite já havia chegado e a conversa transferiu-se para o restaurante tipicamente italiano que me fez recordar vários momentos dos mais de três anos que, entre maio de 96 e novembro de 99, Helena e eu passamos em Milão. Uma salada daquelas de dar água na boca e uma cerveja no ponto ajudavam o fluir do diálogo que enriquecia nossa aproximação. E pouco a pouco eu conhecia melhor meus interlocutores e a figura singular do saudoso tio Aristides, homem que durante toda uma vida se dedicou à cultura e se preocupou com o destino da sociedade do seu tempo. Maria Regina e Sônia lembraram-se dos tios e das tias, dos primos e primas (Rosendo, Gilberto, Blanca, Clauby, Adalberto....), cotejavam lembranças, recordaram momentos vividos com os parentes hoje distantes. Mas no embalo das recordações, não esperamos que a noite avançasse demais e seguimos para a casa de tia Odília.



Entrar naquela sala acolhedora foi como um imenso abraço, abraço apertado de toda uma geração de antepassados que guardaram no tempo que passa a surpresa do encontro. Renovaram-se as informações, aprofundou-se o diálogo, ficamos mais próximos uns dos outros, inclusive sentamos no mesmo sofa para fotos documentais, e prometemos continuar a construir a ponte que não nos separará jamais. Contei a respeito da minha gente, do meu interesse em procurar a todos os parentes, da minha alegria e satisfação a cada nova descoberta. Revelei meus contatos com Eduardo, o primo jovem de Caxias, e da nossa troca de mensagens, com os parentes de Melo, no Uruguai, dos quais, via internet, ganhei um verdadeiro album de fotografias. Mencionei a visita que Marcelo Vinholes Ferreira nos fez quando Helena e eu vivíamos em Milão; a viagem de carro que com Raquel Vinholes Pera e seu filho Guilherme fiz à Campinas para encontrar seus pais Cleusa Vinholes Pera e Carlos Pera na movimentada “Vinholada”, reunião de quase uma centena de Vinholes na casa de Cleonice Vinholes Ferreira e Adyr Ferreira. Não me esqueci de mencionar meu encontro com Daiane e seu pai Norton F. Vinholes, na PUC, em Porto Alegre; minha ida a Bagé, onde conheci Fernando e José Flávio, irmãos de Norton, e o tio deles Antônio Vinholes e sua numerosa família; as duas viagens a Aceguá onde moram João e Lourdes Vinholes e onde é prefeito Júlio César Vinholes Pintos. Tudo isso sempre acompanhado por Helena, copiloto e navegadora nas nossas andanças pelas estradas do Brasil. Naquele ambiente de cidade modelo que Curitiba é, escutei tantas histórias e novidades que me senti cercado por um mar de revelações gratificantes. Ponto de convergência das atenções era tia Odília, com sua elegância e altivez, memória fabulosa, gentileza e cortesia própria dos Vinholes. Tomei chá feito na hora. Tiramos fotos. A meia-noite avançava impiedosa e tivemos que nos separar. Mas a separação, dali para frente, seria só física, pois a convivência de poucas horas em um final de dia virou novo início e elo inquebrantável e duradouro. Quando Maria Regina, Sônia e Romeiro me deixaram no hotel e o carro se afastava no silêncio das ruas, tive a sensação de que entre nós havia ficado um corpo elástico que ao aumentar a distância aumentavam também a vontade e determinação de promover um novo encontro e de aprofundar ainda mais nossa amizade.



 Aqui ficam apenas algumas lembranças desta inesquecível visita a Curitiba, no final de agosto de 2001, espécie de chave que sempre me proporcionará abrir o cofre das lembranças e viver momentos de novas alegrias.



 Um beijo e um abraço para todos que lerem estas memórias.



 



 



 



[i] CICOTEC = Curso Internacional de Cooperação Técnica.





[ii] Farol do Saber Aristides O. Vinholes, uma das bibliotecas da Rede Municipal de Bibliotecas Escolares de Curitiba, instituída pelo Decreto nº376, dec17 de abril de 2007.





[iii] Na segunda viagem que fiz a Curitiba, visitei o Farol do Saber e lá deixei um exemplar de menina só, meu polivroma (amalgama de poema e livro) com meus mini-poemas criados entre 1968 e 1981.




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