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Artigos-->SUMIRAM AS OBRAS DOADAS AO MAB E À FUNDAÇÃO ATHOS BULCÃO -- 05/02/2025 - 20:30 (LUIZ CARLOS LESSA VINHOLES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

SUMIRAM AS OBRAS DOADAS AO MAB E À FUNDAÇÃO ATHOS BULCÃO

L. C. Vinholes

05.02.2025

 

Em 18 de agosto de 2008, depois de ler com interesse e atenção o excelente artigo Compasso de Espera, da jornalista Nahima Maciel, publicado em 10 de maio do mesmo ano no Correio Brasiliense, sobre as últimas etapas do processo que visa à reabertura do Museu de Arte de Brasília (MAB), enviei correspondência ao citado jornal. O artigo, mostra o quanto é difícil cumprir cronogramas quando eles se referem às instituições de cultura. Exemplo é o da “reforma” do icônico Teatro Nacional de Brasília que dura mais de uma década e é feita em fatias. Até agora só a Sala Martins Pena voltou a ter seus eventos e seu público.

O tempo passa, as reuniões se sucedem, providências são proteladas, verbas são discutidas e prometidas, promessas são esquecidas e tudo continua como estava ou fica ainda pior. A última vez que estive no MAB foi por ocasião da exposição de Kazuo Wakabayashi[i]  em 2007, evento que, há 14 anos, encerrou suas atividades só retomadas em abril de 2021. Na visita que fiz naquela ocasião, deu para apreciar o estado deplorável do prédio e imaginar a situação em que se encontravam as obras do seu acervo.

Com a reportagem citada foram publicadas entrevistas com Glênio Lima e Bené Fonteles, diretor e curador, que “se empenham em fazer o acervo respirar” em exposições didáticas que mostram até mesmo “obras danificadas pela conservação precária”. Nas respostas às três perguntas feitas ao curador, chama a atenção o que ele diz sobre as obras do acervo que não foram transferidas para o Museu Nacional: “O que ficou lá, como curador, não gostaria de ter no MAB”, nestas incluindo obras recebidas do Fundo de Arte e da Cultura e as de exposições que “deixavam qualquer coisa”, certamente referindo-se às obras doadas.

Sempre manifestei minha admiração pela carreira de curador do também artista René Fonteles que comecei a acompanhar com interesse desde a mostra "Eu procuro a claridade, a luz da luz", na Universidade Holística, em Brasília, em 1992.

Cumpre recordar que, conforme programado, em 3 de novembro de 1993, foi inaugurada no MAB a exposição Sumi-e com obras de 13 artistas pertencentes à Sociedade Internacional de Artes Plásticas e Audiovisuais (ISPAA) e ao Grupo TAO, com sede em Toyonaka, Japão, a saber: Kenzo Tanaka, Emiko Keneda, Katsuhiko Fugiwara, Harumichi Sakata, Keiichi Kitasato, Hideko Fujimori, Keiji Suzuki, Hideyuki Taniguchi, Kioshi Hashimoto, Hoshino Takashi, Tae Maenaka, Kaoru Ohtaka e Ushio Sumi.

Segundo o convite formal da mostra em apreço, o público foi convidado pelo “Governo do Distrito Federal, através da Secretaria de Cultura e Esporte e da Fundação Cultural do Distrito Federal, a Fundação Athos Bulcão e a Associação de Amigos do Museu de Arte de Brasília”.

Esta mostra, em homenagem a Samson Flexor, vinda diretamente para Brasília, sem custo, resultou de negociações, que envolveram representantes da Secretaria de Cultura do Distrito Federal, da ISPAA, da Associação dos Amigos do Museu, presidida pelo embaixador Wladimir Murtinho, e da Fundação Athos Bulcão, instituições que coordenaram e apoiaram o evento.

Em 20 de maio de 1993, o Diretor do MAB, Rogério Duarte, e o Diretor-Executivo da Fundação Athos Bulcão, Evandro Salles, formalizaram o convite para a realização da mostra em carta enviada ao pintor Kenzo Tanaka, presidente da ISPAA.

Finda a exposição em 5 de dezembro do mesmo ano, acatando minha sugestão, Tanaka e mais três artistas que estiveram em Brasília, em nome dos expositores, num gesto de apreço e gratidão, doaram todas as obras expostas aos seus patrocinadores: MAB e Fundação.

Na ausência de inventário completo do acervo do MAB, da precariedade da conservação das obras nele depositadas e da eventual - e espero sempre remota -, possibilidade de serem rejeitadas as obras, a convite, vindas diretamente do Japão para serem apreciadas pelo público de Brasília, como um dos membros brasileiros da ISPAA, coloquei-me à disposição para intermediar o melhor destino a ser dado, caso elas viessem a ser enquadradas entre aquelas que o curador “não gostaria de ter no MAB”. Nesta última hipóteses, esperei que a decisão tomada pela “comissão que vai definir as obras que vão ficar no perfil museológico” do MAB fosse favorável à permanência dos trabalhos dos artistas japoneses da ISPAA e do TAO que, em “compasso de espera”, aguardavam a decisão sobre o tema.

Terminei minha mensagem, recordando que naquele ano de 2008, ano da reportagem do Correio Brasiliense, transcorria o Centenário da Imigração Japonesa para o Brasil, com eventos os mais diversos em todos os recantos do país, e uma notícia positiva quanto ao destino das obras dos artistas japoneses doadas ao MAB e a Fundação Athos Bulcão, poderia ter sido considerada gesto singular e magnânimo no clima festivo das comemorações bilaterais.

Assinei a mensagem ao Correio Brasiliense como compositor e poeta, condições que me credenciavam como membro permanente que fui da Sociedade Internacional de Artes Plásticas e Audiovisuais até o falecimento de seu presidente Kenzo Tanaka.

 

 

[i] Em 14.01.2015, publiquei o artigo Encontro com Kazuo Wakabayashi no site <www.usinadeletras.com.br>.

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