----- Sabes que experimento uma sensação de cinzento vazio quando venho à Usina e não vejo textos escritos por Ti?
----- Sei, e sinto, que há uns quantos iluminados (escurecidos, seria mais correcto) egoístas que não gostam que eu goste de Ti, dos tais que o saudoso poeta Zeca Afonso zurzia com a voz: "Eles comem tudo, eles comem tudo... Eles comem tudo e não deixam nada"!
----- Estúpidamente, revelam-se. Mais: demonstram quanto seriam capazes de fazer se a força e o poder do mando lhes passasse ao alcance das "manápulazinhas" hávidas de manejo sobre o viço natural que a natureza lhes coloca fora do alcance.
----- Em dado momento, Querida Amiga, aludiste aqui se deverias ou não ignorar os que Te feriam, esses a quem ergueste firme o gesto do "alto lá, amiguinho, isso não é amizade"!
----- Sabes, eles gozam muito quando me provocam o esperneio, mas também se encolhem quando tiro os sapatos com imaginação calçada hà oito dias consecutivos. Eles sabem e conhecem muito até ao ponto em que lhes oferto o meu desconhecimento, nú crú, pleno de chão onde nasce a divindade do trigo da existência.
----- Sabes, Amiga, peço-Te que escrevas. Arde em chama plena face aos que presumem que não estão a arder. Alimenta-lhes o sonho até que provem que merecem o fruto da realidade ao longo desses caminhos onde pendem frescas e vermelhas as cerejas desta vida.
----- Poderá ocorrer que dentre eles apareça algum com o brilhozinho fiel que encontras sempre no consolador olhar da Bia.
----- De resto, incentiva-nos o fogo e está segura que todos queremos deveras arder entre a dor e o prazer que, queiramos ou não, temos de cumprir. E que felizes são, sem o saber, os animais que não entendem isto.