Usina de Letras
Usina de Letras
22 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63364 )
Cartas ( 21354)
Contos (13305)
Cordel (10362)
Crônicas (22582)
Discursos (3250)
Ensaios - (10727)
Erótico (13599)
Frases (51889)
Humor (20199)
Infantil (5634)
Infanto Juvenil (4975)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141355)
Redação (3367)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2442)
Textos Jurídicos (1969)
Textos Religiosos/Sermões (6377)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->Após o Telefone -- 23/06/2002 - 23:18 (Marcelino Rodriguez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
APÓS O TELEFONE



Por Marcelino Rodriguez



Termino de falar com ela por telefone, no domingo frio. Poderia ter sido uma conversa pessoalmente; então eu teria tido três horas de menos frio, com um pouco mais da humanidade dela perto de mim. Eu então poderia demonstrar-lhe o quanto sou um amigo meigo e profundo; faria uns carinhos inocentes nas mãos e no rosto; e ela perceberia, definitivamente, que nunca mais estaria só. E que sentir-se assim é injusto, pois eu a compreendo e a aceito, mesmo quando ela faz questão de sinalizar "o amigo" antes de tudo. E que grande amigo sou, reconheço!



Eu não conto a ninguém, mas já alcancei, de certa maneira, a paz. Já não espero que ninguém me ame desarvoradamente senão depois de uma preliminar como do crepúsculo que antecede a noite. E uma amante sem um beijo muito na alma, nesse momento idílico da minha vida, seria quase inconcebível. Um beijo muito prolongado que achasse-me lá de dentro de mim, de onde há muito ninguém ousou tirar-me; nem eu deixei nunca fácil!



E ela vai falando, a minha amiga morena, que pensa que eu só fico prestando atenção no lado belo dela ou no feio, quando, acostumado a ver de longe, treinado pela solidão, reparo todo o conjunto da obra; sou um homem das profundidades; isso não quer dizer que eu também não tenha medo de apaixonar-me pela amiga. Sim, morro de medo de seguir sozinho essa viagem! Por isso, escondo-me tão bem que quase nunca me percebem.



E tento desesperadamente passar para ela que nunca a incomodaria com meus sentimentos. E que se um dia ela percebesse meus carinhos leves, não interpretasse como senão o gostar leve e tranqüilo de alguém que outra coisa não quer senão protegê-la dos frios do domingo e das solidões das grandes metrópoles; e desses grosseiros que não percebem o quanto a minha amiga é frágil e bela e sublime quando me liga; e o quanto eu sou apenas aquele que a acolhe e a protege e que sempre dará o que ela pede, porque, dentro da minha paz conquistada, já tenho tudo, menos para quem passar as ternuras leves, cotidianas, constantes como o rumor das ondas da um mar noturno; monótono e eterno, parecendo dizer vem... vem... vem...



Marcelino Rodriguez é poeta, escritor, editor e autor de Café Brasil e a Ilha, pela Luz do Milênio Editora.





Concorde.



Discorde.



Esperneie



Ou cale-se.



Recusa-se qualquer disposição em contrário.







23/06/2002

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui