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Artigos-->História Antiga: uma etapa inacabada -- 20/11/2000 - 15:28 (Ana / @then@) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ao nos indagarmos sobre a História, faz-se necessário ter em mente a complexidade da abrangência dessa área e ter definidas nossas indagações, sem nunca nos esquecermos de que a transformação é a essência da História. Assim sendo, o tempo é a dimensão de análise histórica.

A caminhada que a humanidade fez, explica muito sobre a própria humanidade, constituindo-se no chamado processo histórico.

No entanto, não podemos olhar e analisar este processo como sendo contínuo e linear, uma vez que ele possui idas e vindas, desvios, avanços e recuos, inversões, com acontecimentos que podem alterar toda uma forma de viver e interpretar uma sociedade.

Em se tratando do período que denominamos História Antiga, didaticamente compreendida no período que vai de mais ou menos 4000 a. C. a 476 d. C., muita coisa ainda está por ser encontrada e estudada, o que faz com que novas interpretações surjam, tomando um rumo ou outro.

Como uma das preocupações do historiador é se ocupar em determinada realidade concreta, já que dificilmente pode abordar toda a humanidade, a Antigüidade se apresenta a partir de novas descobertas, achados arqueológicos, novos ramos da ciência, que tanto contribuem para uma nova reescrita da História.

Isto tem sido constante nos últimos tempos. A cada momento novos detalhes têm sido

“desenterrados” contribuindo assim para a elucidação de algumas rupturas e/ou dando um novo significado ao passado, uma vez que este nos interessa pela sua permanência no mundo atual.

Tudo o que nos tem aparecido em termos de descobertas arqueológicas , só nos confirma que o conhecimento histórico não é algo eterno ou intransformável e como tal justificado.

A exemplo disso, a reportagem da revista Veja, do dia 10/05/00, intitulada “Sem cobra e nem maçã”, mostra como o avanço da genética tem contribuído para a identificação de uma linhagem da humanidade: “Na emaranhada árvore genealógica desenhada pelos geneticistas americanos, paleoantropologia ( fundamentada nas análises do DNA mitocondrial), todo o povaréu que hoje povoa cinco continentes, descende de três linhagens femininas básicas geradas na África”, sendo que, segundo o coordenador da pesquisa, Douglas Wallace, “o que mais nos impressionou foi o passado comum de toda a humanidade, com a terceira ramificação ocorrida na África. Ela é a origem de toda a população da Europa e da Ásia”.

Não podemos desconsiderar as resistências existentes a todos esses resultados. No entanto uma coisa é certa, estamos caminhando para uma reescrita ou confirmação do mito genético de Adão e Eva.

Porém, enquanto novas pesquisas científicas têm contribuído com a História, a mesma sorte não tem tido a arqueologia. Durante décadas, Inglaterra e Estados Unidos compravam montanhas de múmias, por preços que chegavam a 18 dólares a tonelada, para usá-las como combustível em locomotivas e matéria-prima de papel de embrulho. Recentemente um verdadeiro tesouro da humanidade, na Turquia, estará sendo inundado ou mesmo esquecido pelas águas de uma represa, a de Birecik, que irá cobrir uma das mais ricas coleções de mosaicos romanos do mundo antigo, batizado pelos arqueólogos de “Segunda Pompéia”.

Enquanto isso, em Atenas, as obras de um metrô tem modificado tanto a visão de um passado distante, quanto a situação presente, uma vez que em virtude da abertura do túnel tem sido descobertas milhares de peças arqueológicas e construções milenares. Segundo reportagem da revista Veja de 22.03.00, o Rio Iridano, mistério que figurava apenas como citação de textos de Platão e Hesíodo, foi localizado a partir destas obras, uma vez que o mesmo era canalizado. De acordo com a arqueóloga Liana Parlama, “são descobertas excepcionais que nos dão um retrato do que foi a cidade (Atenas) desde o período neolítico até os dias de hoje”. Em contrapartida, o sistema de trens a ser implantado na Grécia já consumiu até agora mais de 2 milhões de dólares, já que a cada esbarrão dado em tesouros da antigüidade, se fazem necessários novas contas e novos desvios nesta empreitada.

Bem, tudo isso faz parte do cotidiano daqueles que buscam compreender nas provas do passado, a significação das mesmas e sua relação conosco e com outras transformações.

Como professores ficamos encantados com esse trabalho de reconstituição de um passado tão rico e distante. Ao mesmo tempo tristes por saber que nosso passado não tão rico quanto o das civilizações clássicas, mas também merecedor de estudo, tem sido tão maltratado. Quantas grutas com provas de nossa pré – história já viraram cal!

Sendo assim, é imprescindível nos mantermos atualizados, pois a cada leitura e análise de novos fatos surgem novas realidades concretas e a relação entre si estará, sempre, reformulando o conhecimento histórico.

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