Passamos a vida inteira duelando entre o certo e o errado. Conforme vamos amadurecendo, aprendemos a selecionar o que melhor nos convém e o que não pode ficar esquecido é o respeito pelo espaço alheio. Hoje temos muita e variada quantidade de informações de todo e qualquer lugar. Cabe a nós, pais, auxiliar e orientar nossos filhos a viver a vida de maneira digna para com os outros e principalmente, para consigo. Quando a classe média aproxima-se mais da espiritualização, ou seja, já sabe conter e medir seus impulsos puramente instintivos e visa a melhorar, somos invadidos por uma "CULTURA" específica que ainda se prende exclusivamente às sensações da visão e do tato.
Como as crianças necessitam do contato físico, devemos orientá-las para que o que deveria ser a descoberta do próprio corpo e do corpo do outro em relação ao espaço, e que isto nào seja revertido em pura, gratuita e indevida erotização.
Quem patrocina, divulga e mantém em evidência movimentos como a súbita ascensão do "funk",visa, única e exclusivamente, ao retorno de mercado, não se preocupa com a qualidade do que expõe.
Fabrica, em série, uma idéia que tem contagiado a massa pelo apelo sonoro do balanço musical e acaba, trazendo para os lares, via mídia, letras chulas e tratamentos inacreditáveis como "cachorra", "preparada", "popozuda" e palavras afins.
A posição de cada um, a personalidade de assumir ficar de "fora" da moda (?) e o privilégio de poder dizer não, cabe a cada pessoa...
Concordo plenamente com a seguinte frase: "Gosto não se discute, lamenta-se". Devemos atentar que toda massificação é perigosa e se quisermos ouvir outra personalidade a respeito, que venha Nelson Rodrigues: "Toda unanimidade é burra". Cada um escolha sua postura, seguindo princípios e valores a que dê importância. Isso é que faz a diferença. E ponto final.
Artigo publicado no Jornal "O Correio". Ano IV nº129 |