Como bem disse minha colega Poetisa Isar Maria, a vitória da seleção de futebol mostra que quando o espírito coletivo está acima do individualismo, todos saem ganhando. Se a vaidade é deixada de lado, as virtudes de cada um aparecem naturalmente proporcionando sucesso à coletividade. Este evento da copa (como no volley, equipe de revezamento 4 x 400 e outros esportes) não deveria servir apenas para justificar comemorações que varam as madrugadas. Nem para conceder comendas a atletas bem remunerados (de graça eles não estariam pensando em seleção), pois estas honrarias deveriam estar reservadas aos heróis (esquecidos) de guerra e às personalidades que se consagraram na saúde e nas ações de paz para os humanos. O feito do futebol deve servir de exemplo que nos mostra como é possível vencer quando há união de um grupo. Mas Isar também ressalta um fator importante para esta união: o COMANDO que possui liderança, que sabe ser justo, que castiga os transgressores e premia os esforçados e dedicados. É o que está nos faltando na vida pública. Um comando em que possamos confiar e que nos dê a certeza de que está empenhado em levar NOSSA pátria ao seu destino. Mas o que temos na direção? Um enorme grupo a serviço dos corvos do mundo, que apenas nos enxergam como celeiros de escravos facilmente corrompidos. E como trocar o comando? Teoricamente seria através das eleições. Mas o comando que está no poder há mais de 100 anos tem nas mãos todos os mecanismos (usam nossos impostos para isto) para conduzir a mídia, corromper, fazer pressão sobre entidades que já foram de confiança e controlar os resultados pelas urnas eletrônicas. E o povo que viveu na escuridão mental por tanto tempo, agora começa a abrir os olhos. Mas ainda não enxerga claramente, pois está deslumbrado por novelas que destroem valores familiares, Big Brocha Brasil, Casa dos Batistas, lancha (ou lanche?) do amor, shows rebolativos e futebol desorganizado fora dos campos. O comando atual sucateia a educação, abandonando instalações escolares e pagando mal aos professores. Enfim, dificulta o acesso à cultura geral, pois quando a população descobrir por quanto tempo teve de doar sangue e suor para sustentar a mordomia dos parasitas que se encastelaram no poder, aí sim, teremos chances de reverter o cenário atual. Como sou otimista, creio que isto pode ocorrer dentro de 200 anos.
Haroldo P. Barboza – Matemático, Analista de computador e Poeta – Julho / 2002
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