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Artigos-->O câmbio do valor -- 14/07/2002 - 15:53 (Jayme de Oliveira Filho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Não temos mesmo noção de valor. Especialmente quando se trata do tão desejado, embora vil, metal. Mola mestra da nossa sociedade, não poderíamos ter tanto desconhecimento acerca de quanto valem as cifras que orgulhosamente ostentamos em nossas contas bancárias.



Mesmo assim, desconhecedores, um número nos vem sempre à mente quando falamos em dinheiro: um milhão. Esse valor é uma espécie de ícone monetário. Divisor de águas entre a opulência e a mediocridade. Signo aritmético de tudo o que mais desejamos. “Novecentos mil é muita grana, mas um milhão...” – Dizem os economistas de botequim.



É realmente muito dinheiro um milhão. Um perdulário ganhador dessa quantia em Reais poderá, após uma imediata viagem às compras, refestelar-se numa bela casa, ter uma boa frota de carros de luxo nacionais e ainda garantir, através dos modestos índices da poupança, uma confortável renda mensal. Um empreendedor, por sua vez, certamente conseguirá montar o negócio de sua vida, enquanto um pecuarista encherá de novilhos gordos seus extensos pastos verdes recém adquiridos.



Só que essa oitava maravilha do mundo não está ao alcance de todos. E são mesmo muito poucos os que a alcançam. O americano Leland Hartwell, por exemplo, formou com mais dois cientistas britânicos a tríade vencedora do Prêmio Nobel de medicina 2001. Juntos eles faturaram o tão desejado milhão. E de dólares! É verdade que o prêmio não chega a ser um milhão exato, é um pouco menos, e além disso terá que ser dividido por três, mas é uma ótima paga para quem se dedicou ao estudo exaustivo dos genes e moléculas que regulam a divisão celular. Os efeitos do que descobriram dizem respeito ao desenvolvimento de novas técnicas para o tratamento do câncer que poderão ser implementadas em poucos anos.



Mas um outro americano também será contemplado com o seu milhão. Ou melhor, com setenta e nove milhões. E desta vez não se trata de um cientista. É Mike Tyson. O lutador pode, caso aceite o pacote de quatro lutas proposto pelo empresário Don King, embolsar essa bagatela e aumentar um pouco o próprio patrimônio. Já a nossa compatriota Gisele Bündchen não precisará dar um único golpe ou passar dias e noites debruçada em microscópios e compêndios de microbiologia. Seu cachê pela campanha de uma certa grife internacional já lhe garantiu vinte e cinco milhões. E todos esses cifrões foram impressos em verde e falam inglês.



Encerrando a lista dos afortunados, temos um segundo compatriota nosso, o José da Silva. Trabalhador de uma fábrica de calçados e merecedor de um salário mínimo por mês, o bom José também poderá conseguir o seu milhão. De Reais, claro! Para tanto, será necessário, apenas, economizar todo o seu ordenado durante aproximadamente quatrocentos anos. É um esforço e tanto, não há como negar, mas a justiça da causa é razão suficiente para que José não desista. – Dá-lhe José!



Sim, mas voltando ao início da conversa; não temos mesmo noção de valor...
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