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Artigos-->Ramalhete de Papoulas e Duas Rolas para MILENE ! -- 19/07/2002 - 06:48 (António Torre da Guia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
----- Apenas com 31 anos de idade, faleceu perto de Lisboa, em Caneças, a 19 de Julho de 1886, há 116 anos. Teve uma vida bastante simples, tão simples, que os actos sociais da sua vida são de pouco interesse. De nome completo José Joaquim Cesário Verde, nasceu na capital portuguesa, a 25 de Fevereiro de 1855, na freguesia da Madalena, onde foi baptizado a 2 de Junho desse mesmo ano. Foi o segundo filho de José Anastácio Verde e Maria da Piedade dos Santos, e trineto de um emigrante genovês em Lisboa, Giovanni Maria Verde.



----- Herdou uma loja de ferragens e uma quinta, onde terá concebido os seus suaves e conformados versos.



----- Dele, ficou-me sempre na mente este belo poema:



------------------ DE TARDE ----------------------



Naquele piquenique de burguesas

Houve uma coisa simplesmente bela

E que, sem ter história nem grandezas,

Em todo o caso dava uma aguarela.



Foi quando tu, descendo do burrico,

Foste colher, sem imposturas tolas,

A um granzoal azul de grão-de-bico

Um ramalhete rubro de papoulas.



Pouco depois, em cima duns penhascos,

Nós acampámos, inda o Sol se via;

E houve talhadas de melão, damascos,

E pão-de-ló molhado em malvasia.



Mas, todo púrpuro, a sair da renda

Dos teus seios como duas rolas,

Era o supremo encanto da merenda

O ramalhete rubro das papoulas!



----- Em dado tempo da época, Fernando Pessoa pôs-lhe a vista e versejou-o, comísero e irónico, sentindo-se provávelmente já dono dum lugar no Panteão dos mortos célebres:





"Que pena que tenho dele! Ele era um camponês

Que andava preso em liberdade pela cidade.

Mas o modo como olhava para as casas,

E o modo como reparava nas ruas,

E a maneira como dava pelas coisas,

É o de quem olha para árvores,

E de quem desce os olhos pela estrada por onde vai andando

E anda a reparar nas flores que há pelos campos..."



Alberto Caeiro in "O Guardador de Rebanhos"



----- Viva a poesia, minha deusa espiritual e dama de companhia dos meus sonhos, bálsamo das minhas tristezas e elixir propício para me livrar da insónia, entregando-me ao sono.



---------------- Torre da Guia -------------------
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