É, BEATRIZ, A COISA NÃO ESTÁ MOLE MESMOS QUANDO SE TRATA DA ECONOMIA.
Estive lendo seu texto e observei o seguinte:
"Eu sempre labutei na iniciativa privada. Sabes o que é isso? É mais ou menos assim:
Se você não trabalhar bem: RUA.
Se você não for competente: RUA.
Se a firma vai mal e tem dívidas: RUA.
E você reclama com quem? Ora... com o Papa.
Desta forma não nos sobra muito tempo para fazer reivindicações."
Eu fui empregado apenas seis meses em empresa privada.
Hoje sou oficial de justiça no Tribunal Regional do Trabalho.
Tenho trabalhado muito!!!
Na atual crise, como as empresas estão quebrando aos montões, os azarados não vão reclamar com o Papa. Vão, às multidões, à Justiça do Trabalho, e, após discussões, julgamentos, condenações e não-cumprimento das determinações,
lá vamos nós com as execuções.
Muitas vezes, até dá pena ver alguns executados ficarem mais pobres do que os empregados. A Justiça concede os direitos que a lei prevê. Mas nem sempre sobra para pagar. Nos sete primeiros anos do FHC, o Jornal Estado de Minas anunciou haver ocorrido quase quarenta mil falências. Isso fora as empresas que se extinguem irregularmente.
Mas a vida é essa: uma competição, onde muitos estão perdendo e poucos, pouquíssimos estão ganhando.
Nós tivemos sete anos de arrocho, e o nosso antigo defensor está querendo fazer pior do que seu antecessor.
Sei que para vocês deve ser muito difícil observar que o risco de perder um emprego é cada vez maior e a chance de arranjar outro é cada vez menor.
Nós, se não cometermos algumas das muitas faltas previstas na lei (em maior número do que as justas causas da CLT), não perdemos nossos cargos,
mas estamos perdendo dia a dia nossos vencimentos.
Não posso dizer que, após todo esse arrocho, esteja ganhando tão mal; porque meu cargo era bem remunerados. Mas, em comparação com o que era há oito anos, já perdi muito.
O lamentável é observar que cada um que entra atende aos estrangeiros e empobrece um pouquinho mais esse já pobre povo brasileiro.
Um abraço,
Freitas