Tem decerto o Sigmund à cabeceira. Quando a sua papuda mãozinha põe termo à luz no candeeiro, de regresso ao encolhido aconchego entre seios, desliza concerteza pela macia barbicha do seu herói em capa. A seu lado o corpo inerte da saturada e ineficaz "mesma coisa" já ressona. Nada mais a fazer senão concitar o imaginado estupor luso e adormecer com ele sob o esplêndido lençol verde-rubro. Que bom... Que bom fazer amor com o inimigo... Como lhe apraz... Sem reticências... Toda corpo entrelaçada na chama solitária que lhe esplendoriza os sentidos: Torre, anda cá meu bichinho, oremos, amen oh vida!
O venerável estudioso dos orgasmos da mente passou-se exactamente no ano em que nasci, 1939. Quiçá daí, por ignota linha de raciocínio, eu tenha ido parar à mente da Milenita em Fogo... E por onde andarei eu, santinhos do tesão-pai do universo humano. Imagino como acordarei, completamente todo partido, entre as coxas-toro da matrona alarvemente saciada. Sigmund Freud nasceu em 1856 em Freiburg, Morávia (hoje Príbor, na República Checa). Estudou medicina em Viena e foi membro da equipa de investigação que descobriu os efeitos da cocaína como anestésico local. Em 1884 conheceu o médico vienense Josef Breuer, que o apoiou nos seus estudos de psicologia e no desenvolvimento da teoria da psicanálise. Com Breuer aprendeu o termo «cura pela fala» e o uso da hipnose na cura da histeria. De 1885 a 1886, sob a orientação do psicólogo francês Jean Charcot, prosseguiu os seus estudos sobre hipnose em Paris. Foi Charcot quem lhe chamou pela primeira vez a atenção para o facto de os problemas dos pacientes (particularmente das mulheres) serem provocados por questões do foro sexual. Será desta feita que a minha-amiga-actual-inimiga deixará o providencial Sigmund descansar em paz ou convir-lhe-à incessantemente pedir-lhe auxílio para que alcance os derradeiros e magníficos orgasmos da vida?! Não... Não largará... Não é mulher para largar coisa tão deliciosa! Torre da Guia
|