Recebi sua correspondência, que me deixou muito contente, porque você conseguiu dar a seus filhos o que, infelizmente, muitos brasileiros não têm. No Brasil, o curso superior ainda é um sonho. Não deveria ser, porque é apenas uma ferramenta a mais que o ser humano dispõe para vencer e por tabela conquistar dias melhores.
Moro no Itaim Paulista, periferia de São Paulo. Trata-se de um bairro em desenvolvimento na capital e fica a caminho de Mogi das Cruzes, onde minhas filhas estudam. Fica próximo a São Miguel Paulista, que também conta com a Universidade Cruzeiro do Sul. Gostei de sua sugestão. É uma idéia que domina nossas mentes. Eu e o Mário estamos tentando fazer isso, mas é um trabalho árduo, que exige muito tempo e paciência. Além do mais, você sabe que para constar num livro, as informações devem ser rigorosas, com o máximo de exatidão. Infelizmente, não temos muitos registros e nos valemos de pessoas amigas. Você, por exemplo, que sabe escrever bem e é inteligente, poderia nos ajudar nesta tarefa, dentro da disponibilidade de tempo que você tem: Coletando dados, informações, anotando histórias, curiosidades ligadas à fundação da cidade de Ipupiara. Às vezes, pessoas da família têm algumas informações úteis. Não é um trabalho fácil. Sempre que vou à Ipupiara, gosto de ouvir pessoas como o Sr. João da Cruz, antigo comerciante, meu tio Benício, com 99 anos de idade e outros que têm boa memória e nos passam muitas informações interessantes. Moisés Arcanjo Filho, com seus depoimentos, também tem ajudado neste sentido, e está sempre pronto a colaborar. É um entusiasta da educação, da leitura e tem uma excelente memória. O problema é o espaço de tempo, que é grande, já que estou em São Paulo e ainda na ativa. Aposentadoria ? Se FHC deixar, só em 2007. Aliás, agora é se o Lula deixar, já que a política do homem é de massacre ao trabalhador. A rigor, meu caro Valdiney, perdemos muito. Você já imaginou se tivéssemos tido condições e a idéia de abrir um gravador e deixar as pessoas mais idosas falarem sobre a fundação da cidade, como foi, como era e como começou aquela praça com um Barracão em seu original. Existem algumas fotos raras que mostram como era o antigo Fundão de Brotas. Como exemplo, alguns nomes ilustres que perdemos: Artur Ribeiro, Adão Francisco Martins, Arlindo Almeida, Artur Gomes, Getúlio Ribeiro, Oscar Santos, José Antonio dos Santos,(Dedé) e tantos outros que desapareceram.
Digamos que o pontapé inicial já foi dado, o Mário já tem alguma coisa escrita, uma parte até já foi publicada em jornais. Você sempre foi um bom leitor e creio conserva ainda o hábito da leitura. Assim, anexo cópia de alguns trabalhos meus e outros do Mário: CORONELISMO NO ANTIGO FUNDÃO DE BROTAS, publicada no jornal Folha de Anápolis, Goiás e está também na Internet. A POESIA DE CARLOS RIBEIRO ROCHA, publicada em O POPULAR, Goiânia, constante no livro ESCRITORES DE GOIÁS. Neste livro, há um capítulo especial, ESCRITORES NACIONAIS, que ele fala sobre Carlos, Jorge Amado e outros. A meu pai, ele fez uma homenagem tornando-o PATRONO da Cadeira nº 15, da ACADEMIA DE ESTUDOS LITERÁRIOS E LINGÜÍSTICOS, de Anápolis, Goiás.
Se você tiver acesso à Rede, poderá acessar a página do Mário. Há um outro site, que traz alguns artigos dele também, www.usinadeletras.com.br
Receba, por fim, um abraço do amigo,