Segundo a Tua doutrina, sei que ouves a todos, independente do credo religioso que professem. Como sei, também, que filosoficamente, ouves, muito mais, àqueles que necessitam de tua proteção.
Ensinaste, em tua Parábola das Ovelhas, que se preocupa mais o pastor com a que se perdeu, do que com as outras todas, pois estas já conhecem o caminho que lhes foi indicado.
Mas, quem somos nós, reles mortais, para dizer que os "segregados" precisam de nosso amor? Talvez até eles tenham mais amor para dar do que nós, que ocultamos o nosso egoísmo para nos acharmos melhores do que eles.
Não cometemos, todos, amado Jesus, falhas, durante toda a nossa existência? Por que então nos julgamos melhores do que eles? Creio que há tantos equívocos que as pessoas cometem em teu Santo nome, meu J. C. E Tu deves estar daí, ou daqui, pois estás em todo lugar, a sorrir meigamente daquilo que nós, ignaros e prepotentes, ficamos conjeturando sobre Teu rebanho.
Tens ovelhas de todos os tipos e tamanhos. Mas, tenho a certeza de que todas correm em tua direção.
Está bem claro que umas chegarão mais rápido, pois sabem melhor o caminho. Outro grupo vê as que vão e vai seguindo-as, pegando uma "caroninha"... Já o outro, nem sabe que Tu estás à espera e se distraem no meio do caminho, perdendo-o às vezes. Essas precisam retornar, para acertar o novo caminho...
Há as que nem saem do lugar, como se estivessem presas, amarradas a algum arbusto. Mas, um belo dia, essas também despertarão e perceberão que as amarras eram apenas imaginárias, estavam dentro delas próprias. Aí, saem todas saltitantes e felizes, a caminho de teus prados frescos e agradáveis. Vão se dar conta, depois, do tempo que perderam por não terem aprendido antes o caminho.
Mas, ao final, todas vão-se encontrar junto a Ti, felizes da vida...
Era isso, Senhor, que eu precisava dizer-te, esta noite.
Se estou errada, ou se ofendi alguém, perdoa-me a ignorância. Mas meu coração me diz que não estou nada errada, pois nem de longe eu quero ser a OVELHA DESGARRADA!