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Cartas-->Ouvidos Moucos -- 30/06/2003 - 04:56 (AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA/Alcir J.T. de Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Rio de Janeiro 30 de Junho de 2003

Esta sem duvida,será minha ultima comunicação enviada para este escritório (ouvidoria geral da Petrobras), pois mais uma vez deparo-me com ouvidos moucos.É realmente decepcionante, ver que não existe nenhum interesse em mudar as formas e maneiras erradas neste pais, principalmente nas relações de trabalho; o que querem é uma nação de ignorantes e uma força de trabalho vassala e submissa. Tentei encontrar apoio para mudar esta prática abjeta por toda minha vida e hoje aos 45 anos vejo que não existe força moral nas pessoas para assim proceder, querem manter esta postura vassala e subserviente associada a sobrevivência quer nos anula e humilha desde os tempos da casa grande e da senzala.
Estrangeiros vem para o Brasil, desta vez apoiados nesta nova onda colonialista que agora é chamada de globalização,cujo único intuito é o de tirar tudo o que puderem e dar o mínimo aos servis silvícolas que ainda fazem o trabalho pesado de remoção das riquezas nacionais e recebem em troca ofensas , humilhações e preferencialmente espelhos, para que os mesmos vejam neles refletidas suas caras de palhaços.
Fiz o que me cabia, na tentativa de desmascarar a forma como são tratados os profissionais brasileiros que trabalham em plataformas estrangeiras na bacia de Campos; foi mais um Quixotesco fracasso, pois mesmo as pessoas que defendi, em nome da sobrevivência me viraram as costas. Certamente continuarei lutando contra este modelo hipócrita e covarde que é predominante nas relações profissionais nesta pseudo nação; lutarei até o fim , pois não aceito as formas ofensivas e humilhantes como parte de minha postura profissional e muito menos considero o vassalismo e a subserviência como parte de minhas atribuições de trabalho .Tentarei oportunidades em outras áreas, pois sou um homem preparado: _ Poliglota, inteligente e um profissional competente e dedicado, verei o que me será possível fazer; porém, asseguro-lhes que mesmo em nome da sobrevivência duas coisas jamais farei : Diminuir meu valor em troca de milhões ou de migalhas( o que de cara elimina a cobiçada vaga de gari da conlurb) e aceitar a cômoda e covarde servilidade como parte de minhas funções, pois jamais conseguiria comer um grão de feijão ou uma colher de caviar que fossem oriundos de meu fracasso como homem e como profissional.
Acredito na ética e na coerência, ao ponto de dizer que não mudarei minha atitude e minha postura, pois não estou errado em minhas ações e em minha forma de pensar ,conseqüentemente quem tem que mudar são os que estão por omissão ou ação contribuindo para que o Brasil jamais seja uma nação soberana.
Temos milhões de silvérios dos reis e muito poucos DA SILVA XAVIER.
Saudações
Alcir J.T.de Souza
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