Coitadas, coitados, egos subordinados ao peso íntimo da tralha que arrastam no cérebro, marcados pelo ferrete de uma época que os transformou em autómatos ineptos, também iludidos pelo colégio de mestres que lhes acenou um belo futuro, aparecem aqui na Usina a fingir que são sábios, enganando-se uns aos outros através da emissão de ideias que qualquer mandrião do século XIX dominava ao balcão das esconsas tascas do mundo.
Dão a impressão que sequer conhecem e nem têm a noção da amosfera humana que lhes pressiona o quotidiano. Todos os dias aqui se afirma que um tipo que come e bebe tem de cagar e mijar senão morre inchado de merda e mijo. E surpreendem-me de espanto: não dão por ela que a reclamarem por limpeza, andam, sim, a borrar tudo. De resto, tudo, tudo lhes serve de cabide para pendurarem a trampa mental que lhes escorre dos sentidos.
As excepções, aqueles que deveras demonstram sensibilidade para com o actual estado do humano, dispostos e disponíveis a contribuirem para a salutar mudança dos hábitos, esses, cuidadosamente, calam-se ou abandonam, persuadidos que os seus esforços não valem a pena.
Um dia, um amigo com quem me zanguei num local público, de repente disse-me: "Ei... Torre... Vamos parar! Olha a grande merda que está à nossa volta... Prontinha para nos cair em cima!".
Ah... Fernando... Que belo momento!...
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