Li tua carta de há pouco. E como estou incluída entre os destinatários, não poderia deixar de responder-te. Mesmo porque, preciso rebater uma "inverdade" que declaras a teu próprio respeito.
É quando dizes que não podes estar entre os poetas e nos chamas de "POETAS DE VERDADE".
Não conheço "poetas de mentira".
Mas, de qualquer modo, fui revirar o teu espaço na Usina e li teus poemas. Fiquei surpresa. Teu estilo, um "misto de Drummond e Pessoa"... Percebe-se nele o contágio, dos grandes, a um, que se diz humilde, e nessa tão despretensa humildade fazer residir o seu encanto.
Tens alma, sim, e com um (PRO)FUNDO lirismo do poeta que se coloca num casulo e não quer sair.
Machado fez poucos poemas, mas os que fez "valeram a pena", pois, como tu, não tinha "a alma pequena"...
No início, meu amigo, eu escrevia muito mais em versos do que em prosa... Mas, ao entrar para a Usina, no ano passado, comecei a inspirar-me e a fazer um pouco de tudo. Até poemas de cordel, muito elogiados, por sinal, e por pessoas de competência "no ramo". E me deixou muito feliz, ampliar a minha melhor "terapia", que é escrever, seja lá o que for.
Até essas pequenas e hilariantes contendas que mantenho, de vez em quando, com a "Entidade que habita a usina", nas pessoas dos "tais" que todos já conhecem e, acredito, divertem-se tanto como eu.
Continue escrevendo seus poemas, amigo.
Eu o convido, não só a "navegar no mar da poesia" (usando aqui palavras suas), mas a "surfar nas nossas ondas". Elas nos levarão, sempre, a lugares nunca imaginados, onde só o poeta consegue ir... Porque o POETA não é um ser comum...
Sai todas as noites de seu corpo e vai habitar o ninho dos deuses, no Olimpo...