A vida,pode ter certeza, oferece alternâncias de alegrias e de tristezas.
Saímos,minha mulher eu, no calor intenso deste verão da Flórida, para um compromisso que aguardávamos com muita alegria, pois irá, nos anos próximos,nos propiciar a libertação de uma responsabilidade, encurtando-lhe o prazo de pagamento.
Quando íamos atingindo a porta do escritório dos advogados que nos ajudariam na assinatura do compromisso, o celular tocou e a voz meio aflita do outro lado da linha, comunicou-nos a morte de uma pessoa amiga, um jovem, num acidente de carro, no interior do estado do Ceará.
O primeiro pensamento foi dirigido aos pais do rapaz, ao tamanho imensurável da dor da perda abrupta, brutal; depois, numa atitude de auto-defesa, um ligeiro temor sobre os filhos espalhados: o mais velho, na comarca interiorana, a filha, em Fortaleza e o mais novo, trabalhando aqui no Texas, para onde estaremos seguindo amanhã, minha mulher e eu.
Como atingir o país da dor: tão áspero, íngreme, distante, solitário?
Como dizer aos pais o nosso sentimento de solidariedade humana, de pesar, de tristeza.
Somente a fé pode ajudar na travessia dessa dor intensa, pungente, amarga, insuportável.
E o tempo, este andrilho incansável, tem um remédio lento para a saudade furiosa que assalta todos os momentos de recordação, remédio que nunca faz sarar, apenas, suaviza e torna suportável a ausência do ente querido.
Martha e Zé Wilson, aqui de longe, Alice eu enviamos um abraço amigo, na esperança de que Deus, o nosso amorável Pai, tenha levado o Victor para desfrutar da sua adorável companhia.