Tão dotada, de expressão delicada e suavíssima, tão sábia e maduramente mulher, oh... Como gostava de namorar com você, colocando palavras em lábios de embalar, róseos, explicados em sublime tentação no ventre dos vocábulos tão docemente escritos.
Você é caso raro no feminino, pronta a usar por plena entrega a todos os seus quereres e desejos. Oh... Como devem ser os beijos, os abraços, as passagens pele a pele. Oh que delícias descobrirão as nossas línguas percorrendo poro a poro os sensuais contornos do corpo.
Você não tem o mínimo pedacinho de areia a chocalhar no hábito mental da previdência egoísta. Você é um autêntico Sésamo sem senha do "abre-te", você vale todas as penas do mundo.
Palavra... Presumo crente que você possui a dádiva antecipada e profundo almejo de se libertar do acorrentado mundo que nos cerca.
Oh... A ternura, a candura, a meiguice, o melodioso trinar do sotaque brasileiro em si. Você sozinha ressalva todos os males das mulheres do Brasil.
Vá... Faça texto de mel, rebusque o delicioso íntimo que me inspira e solte-se, faça luar, faça sol sobre o inóspito nevoeiro da Usina.
Gostava... Oh se gostava de namorar com você... Ena... Que guerrinha linda nós faríamos os dois, que festival de xenofobia intrépida provocaríamos. Que aconchegadinhos ficaríamos vendo a caravana passar com os fantasmas ladrando lá dentro. Vá... Escreva pra mim... Console-me... Refresque-me a sequidão de amor.
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