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Cartas-->CARTA A UMA ARTISTA PLÁSTICA - LIEJE -- 20/02/2000 - 22:21 (Leon Frejda Szklarowsky) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Comentando suas telas
Carta a uma Pintora de Talento, Lieje
Leon Frejda Szklarowsky (*)



Ah, se eu soubesse o que você vê, quando pinta a tela.
Ah, se eu soubesse o que você enxerga, quando descarrega a tinta na tela.
Ah, se eu soubesse o que você imagina, quando tinge de cores incandescentes a tela.
Ah, se eu soubesse o que vai na sua mente, quando você faz do nada tudo.
Ah, se eu soubesse o que é o seu mundo que também é o meu, de agora em diante, quando viajo pelas avenidas do tempo e do espaço, que você criou.
Ah, se eu soubesse o que você pensa, quando mergulha nas profundezas de sua alma e crava em suas telas um universo até então desconhecido.
Ah, se eu soubesse e adivinhasse tudo isso.

Ah, eu, então, seria a artista Lieje e você seria eu.
Ah, mas isto seria impossível, porque só há uma talentosa pintora Lieje e uma só! Não mais!

Ver uma tela é como ler um livro. Ou, mais, porque o espírito desanda e põe-se a divagar e fugir para o interior do mundo construído pelo artista. Um sem fim de adivinhações e divagações! Quantas ilusões em debandada!

É viajar para o até então desconhecido, conviver com criações até então estranhas e conhecer um pouco do autor, o criador daquele universo mágico, que era só dele e passou a pertencer também ao viajante da arte, antes um intruso, um estrangeiro, que de agora em diante dele compartilha e às vezes determina o rumo e recria em sua mente e em sua imaginação um novo e fascinante espaço - tempo, com novas interpretações ou vontade de fazê-lo, ou, como no caso da sua obra, participar da mesma criação.

Eis o poder de um escritor, de um artífice da palavra, de um artesão, de um artista do pincel, das cores e das luzes, ou de um ourives da imaginação e da inteligência cintilante, o construtor de linhas, figuras, planos, de tantas coisas e, porque não, de novos caminhos, alegrias, risos, emoções, sonhos, aspirações.

E livros que eu saiba, não dão dinheiro, pelo menos para mim ou para o João Ubaldo Ribeiro, que escreveu, no Estadão de um dos domingos de 1997 (vale a pena saborear seu escrito ), uma crônica “Eu quero meu cemildola.” E eu também quero!

E, a final, telas, não importa se dêem ou não dinheiro, porque, quando não se sabe fazer outra coisa, vale mesmo a pena escrever, poetar, pintar. E pintar, nem se diga, ainda mais quando os dedos mágicos e a imaginação efervescente pululam, flutuam, nervosamente, sem parar, numa dança frenética, sem fim. Assim, se dá prazer, pronto!!! E, para você, além do frenesi, é um ofício diuturno, incessante, leve, necessário, inadiável e delirante.

Pois bem, comecei a vagar por suas telas, a sentir o perfume das hortências, as brancas e as azuis; a passear pelos jardins e campos da Suíça em busca do lugar e das flores que você fez crescer na tela, tão pequenina, mas que se agiganta na imaginação; a queimar os olhos com a luminosidade e a multicoloração das suntuosas flores da Rússia; a querer ouvir a prosa das fofoqueiras, para saber o que elas diziam, sem entender nada, porque fofoca não se conta, sussurra-se; a querer saber o que falavam e pensavam aquelas mocinhas, na calçada molhada, porque você gosta de sol, muito sol, de água, de chuva, no luarejo de não sei onde, de não sei que época, porque todo interior é assim mesmo, igual, lindo, suave e aconchegante; a apreciar a pescaria e sentir o que o pescador sente, quando o peixe não se deixa apanhar ou quando ele é fisgado; a pular a janela daquelas casas de interior, tão a gosto do homem simples e olhá-las, por dentro, mas todas as casas de interior são assim mesmo: simples e acolhedoras; a passear pelas docas de Santos que não mais existem, porque o tempo e o espaço não voltam jamais ou entrar naquele beco escuro, envolto pela névoa e deixar-se envolver e sumir e desaparecer; a pensar o que seria o verão com vida, o inverno com morte (será ilusão ou fita, realidade ou fantasia?); a penetrar na mente daquele palhaço alegre ( será mesmo?); a buscar os campos verdejantes e participar da colheita de arroz ou o galho seco do pobre pássaro, olhando, ereto e firmemente, o infinito ou as negras aves a voarem ( quem sabe?); a deparar com o ser humano, as flores ( quantas!), a natureza exuberante e a vida bucólica, sempre tão presentes, sempre a imaginar um mundo de coisas, sem coisas, então, fui despertado, por uma saudade de tudo que é bom, doce e melodioso.

E assim,

A vida é uma pequena caminhada, pela Terra.
A vida é um salto rápido, por este mundo.
A vida é o prelúdio da morte, que, certamente, não é o fim.
A vida é o antecedente necessário de um mundo melhor.
A vida é o caminho de comunicação entre o homem e o desconhecido.
A vida é o caminho da purificação, se bem vivida.

O corpo, quando invólucro de uma alma sublime,
O corpo, quando invólucro de uma alma pura,
O corpo, quando invólucro de uma alma limpa,
O corpo, quando invólucro de uma alma iluminada,
O corpo, quando invólucro de uma alma luzidia,
O corpo, quando invólucro de uma alma em estado de graça,

Não perece jamais.
Não desaparece.

Apenas se transforma,
Apenas se movimenta.

E por que estamos aqui? O que fazemos ? Com certeza, o homem tem uma missão a cumprir. Nada existe por acaso. Do contrário, nada teria sentido. Negar alguma coisa é admitir sua existência, porque absurdo é negar o nada.
E a eternidade do homem, na Terra, traduz-se pelo que ele faz, marcando sua passagem, de forma indelével e notável, quando se trata de seres humanos predestinados aos grandes feitos!

“Quando triunfam os justos, há grande festividade;
Quando, porém, sobem os perversos, os homens se escondem” (Provérbios, 28, 12).
E, assim, flutuei, sobre as ondas de uma obra de uma mestra, que vindo da longínqua Europa e vivendo na Terra de Piratininga, fez-me rememorar a época em que lá vivi e amei aquele chão, porque lá nasci!

Parabéns, minha amiga artista e meu amigo Natálio, que, com sua simpatia, talento, inteligência e vibração juvenil, tornam este mundo menos mal e cruel, povoando-o com a beleza da vida.



PARA OS VERDADEIROS AMIGOS O TEMPO E O ESPAÇO SÃO CONCEITOS INEXISTENTES E TOTALMENTE SUPERADOS NA ERA DA CIBERNÊUTICA



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(*) Leon Frejda Szklarowsky é subprocurador-geral da Fazenda aposentado, advogado,
consultor jurídico e editor regional de Brasília da Teia Jurídica
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