Campanha alerta aos riscos de uma doença silenciosa: a ateroesclerose
29/08/2003 Uma doença que afeta 5% dos brasileiros com mais de 50 anos virou alvo de uma campanha da Sociedade de Angiologia e Cirurgia Vascular.
Os médicos dizem que a ateroesclerose pode ser controlada. O gerente de vendas Jocis Nunes anda o dia inteiro na loja de automóveis usados. Um esforço que, até março deste ano, exigia sacrifício. "Eu andava 50 metros, já estava com as pernas doendo, cem metros então eu estava com uma dificuldade bem maior", lembra Jocis. Ele teve ateroesclerose, depósito de gordura e cálcio nas paredes das artérias grandes e médias.
A doença produz obstruções e compromete a circulação do sangue. Os fatores de risco são fumo, diabetes, colesterol alto, obesidade, vida sedentária e fatores genéticos.
A ateroesclerose pode atingir qualquer parte do corpo. Mas em 84% dos casos, as pernas são as mais afetadas. A doença é invisível e avança silenciosamente. O principal sintoma, a dor, só aparece quando a obstrução já ocupou mais da metade da artéria. No estágio moderado, a doença pode ser tratada com medicamentos. Foi assim que o aposentado Damazo de Oliveira conseguiu retomar um prazer que parecia perdido. Fazer pequenas caminhadas sem dores. "Acima de 500 metros, até 1 quilômetro eu ando sem sentir nada", comemora Damazo. Mas quando a obstrução aumenta até chegar ao ponto em que a dor impede o doente de andar, é preciso operar. Com a dona de casa Glória foi assim. Depois de quatro cirurgias, ela leva uma vida praticamente normal. "Só depois dessas cirurgias é que eu tive mais condição de caminhar. Varrer uma casa, ficar muito tempo em pé. Hoje eu posso considerar que eu estou uma pessoa em condições", diz Glória.
Para os médicos, só há um caminho para prevenir a ateroesclerose. Melhorar a qualidade de vida.
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