Usina de Letras
Usina de Letras
177 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 62809 )
Cartas ( 21343)
Contos (13288)
Cordel (10347)
Crônicas (22568)
Discursos (3245)
Ensaios - (10539)
Erótico (13585)
Frases (51196)
Humor (20118)
Infantil (5544)
Infanto Juvenil (4873)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1379)
Poesias (141094)
Redação (3341)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2439)
Textos Jurídicos (1965)
Textos Religiosos/Sermões (6300)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cartas-->Carta ao amigo morto -- 01/09/2003 - 13:26 (José Ronald Cavalcante Soares) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Meu amigo, há muito tempo estou lhe devendo algumas palavras, escritas ou verbais, que possam resgatar aos quatro ventos a imagem distorcida que debuxei na minha imaginação, tão desfocada da realidade, tão infiel à sua verdadeira personalidade.
Deveu-se, quem sabe, à sua timidez, à sua fala mansa, à sua insegurança, o perfil irreal que tracei da sua conduta, sempre nos deixando muito cedo, desculpando-se de que ainda teria que estudar outros assuntos.
Desconfiado, fiz mau juízo de você, cuidei que estivesse nos atraiçoando de algum modo, guardando o jogo só para você, enfim, sendo egoísta.
Nem sei quantas vezes pensei assim, fazendo mau juízo de um amigo que sempre nos tratou com lhaneza e com muito respeito.
Foi preciso que saísse o resultado do concurso, com minha aprovação e a sua reprovação e, ainda, que eu recebesse de você os parabéns mais efusivos e mais sinceros, com aquele olhar de quem não está sentindo a mais mínima inveja, pelo contrário, está vibrando de emoção positiva, desejando tudo de bom para o nosso futuro para que eu, tonto e desconfiado, descobrisse a sua estampa verdadeira.
Pois bem, não faz muito tempo, indo ao cemitério, fui chamado pela minha mulher que, apontando para a sua campa, exclamou:
- Este nome aqui, não era aquele seu amigo, colega de concurso?
A emoção da perda acudiu-me de repente, dois anos já após a sua passagem. Como é fugaz a vida, meu amigo; como somos injustos tantas vezes, afagando a cabeça de quem nos arremessa pedras e dando as costas aqueles que são realmente amigos.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui