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Cartas-->Ignorância radical -- 08/09/2003 - 05:41 (Winner) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ignorância radical vs
inteligência estratégica


MÍDIA SEM MÁSCARA - Caio Rossi

Existe uma versão completamente fantasiosa da história das revoluções socialistas, e que me foi feito engolir por quase toda a vida, segundo a qual um líder revolucionário toma o poder e, do dia para a noite, a economia é "coletivizada".

Mesmo jovens e afoitos estudantes filiados à UNE ou ao PSTU e representantes políticos como a senadora Heloísa Helena, Babá e companhia, todos eles radicais semi-letrados (além dos não-letrados do MST e congêneres), desconhecem a complexidade do processo no qual, embora se consideram agentes transformadores, representam somente o papel da massa manipulada por estrategistas revolucionários - destes, só conhecemos algumas figuras públicas, como o Sr. Stédile ou o José Dirceu (o nosso cripto-presidente). Esses estrategistas são tão eficientes que conseguiram colocar o presidente da Gradiente, Fidel Castro e a embaixadora americana no Brasil do mesmo lado!

O caso do Sr. Stédile é exemplar: enquanto a senadora se desgasta lutando contra um Lula que ela supõe ter virado a casaca, o líder do MST afirma a um auditório composto por "camponeses" que o presidente não só veste o boné do movimento desde os anos 80, como também sua eleição representa uma mudança na "correlação de forças" na luta contra a "burguesia". E isso flagrado e mostrado em pleno Jornal da Globo! Era de se esperar que ela não soubesse interpretar o que lê, se é que lê, mas que sua ignorância fosse resistente até à mastigada linguagem televisiva já é demais: lá estava, esta semana, a destemida senadora levando cacetada ao defender os interesses do funcionalismo público. Essa mulher não tem (tele)visão!?

Esse burburinho todo dos que chamo de "radicais semi-letrados" confunde a opinião pública, reforçando a imagem de brandura do governo Lula: "Se eles são radicais, e são contra ele, então ele é mesmo light". Se não prestarmos atenção a todos os fatos, mas somente à estridência dos "semi-letrados", esse raciocínio parecerá fazer muito sentido. Mas o que fazemos desse raciocínio diante das recentes declarações do sr. Stédile, da falta de reação do governo às invasões de terra, da proximidade que esse governo insiste em manter com tipos como Fidel e Chávez e de seu esboço de oferta de asilo político a Saddam Hussein? Sabendo que o atual presidente só decidiu assumir textualmente o compromisso de manter a racionalidade, com a "Carta aos Brasileiros", por pressão dos investidores internacionais quase às vésperas das eleições e somente para que eles não desaparecessem assim que ele fosse declarado eleito? Ou, ampliando a perspectiva histórica, quando sabemos que foi só muito tempo depois da Revolução Russa, por força da pressão dos setores mais afoitos do Partido Bolchevique, que Lênin foi levado a rever seus planos e acelerar sua "radicalização"?

A opinião pública, conduzida pelos meios de comunicação, que comumente colocam economistas e sociólogos reconhecidamente petistas ou simpatizantes para analisar as políticas do atual governo, é levada a enxergar uma degladiação entre radicais saudosistas versus moderados aburguesados. Eu vejo radicais semi-letrados versus estrategistas revolucionários. Pode-se questionar essa minha antítese, mas que faz muito mais sentido do que "moderados aburguesados" que são ao mesmo tempo anti-americanos, pró-Farc, Fidel, Chávez, Saddam, etc, ahhh, isso faz!

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