O Homem do Cerimonial da Usina
O homem do cerimonial é um capítulo à parte da Usina de Letras. Não escreve artigos, cordéis, contos, crônicas, poesias... Nada! Mas é a cara mais vista no Quadro de Avisos, ostentando o sorriso amerelo-submisso do subalterno onipresente. Formado para sobreviver às custas de paparicos, é o retrato fiel de quem deseja provar que é bom mediante palavras e não mediante obras. Seu destino não é realizar, mas representar elemento imaginário, como se tudo fosse impalpável na vida.
Não é verdade que a vida são palavras que o vento leva. Mas o homem do cerimonial existe para dizer coisas agradáveis, pois, do contrário, não seria do cerimonial. O homem do cerimonial é gentil, quase fino. Não que o seja em verdade, pois não se fala do ser humano, mas da figura ali postada propositalmente para fazer nada, além de encenação constrangedora. Os gestos e atitudes são estudados, pois visam à sanha de tentar desmentir a verdade e de corroborar a mentirar.
Nada produz, mas o homem do cerimonial se considera muito importante para a Usina de Letras. Como a produção literária é zero e o site é literário, tenta controlar quem escreve. Se puder subjugar quem junta as letrinhas, estará em melhor situação do que lutar por um lugar ao sol, acionando os neurônios e exercitando os dedos no teclado. O homem do cerimonial é incompetente, porém vivaldino! Não sabe escrever, mas é mestre em sugar quem escreve. A tática é a do tapinha nas costas! e de muitos sorrisos!
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