
Por aí... Há decerto sol e no céu azul as nuvens navegam como lençois de algodão ao vento... Parecem cacilheiros no Tejo espacial.
Como constatas, Amiga, as ondas do bom prenúncio dourado evitaram-me o linchamento literário. Os gatos pingados não lograram fechar-me o caixão, embora se preparassem para me roubar a melhor fatiota... É... A vidinha tem destas coisas...
Sabes?!... A ponte Dona Maria, velha mãezinha de ferro vai prolongar seus auspiciosos dias futuros, servindo de miradouro, autêntico miradouro, aos turístas que por cá vão deliciando os olhos sobre as nossas pedrinhas, o burgo tripeiro, a cidade Invicta, a tal onde povo traz rasgão de língua em lavas de peito.
Vou daqui beber um copo à Ribeira, ao Zé da Toquinha e quiçá depois atravesse o rio de "catraia"... Se cá vieres um dia destes fazer uma visita... Arranjo-te um "caíco"...
Beijo azul e branco
António Torre da Guia
PS = "catraia" e "caíco" pequenos barcos do rio Douro.
Ah... E acredita, Amiga: comigo aprende-se sempre alguma coisinha. Pelo lado mau até se chega ao bom. Bem... Estás a imaginar as minhas plumas... Olha para isto... Em bicos de pés... Estou a gabar-me... A gabar-me... A içar-me ao vento. Gosto imenso de imaginar-me vela de caravela... E esta?!... |