Afectuosamente, Amigo, recebo sempre suas palavras com intenção límpida e livre de qualquer manigante subterfúgio.
Permita que aluda e equacione: a vida ensinou-me que passado mau - e é sempre o passado mau que se intenta esconder - não se deve apagar. Envelhece e acontece que também fica estupendo como o Vinho do Porto consoante mais idade vai logrando.
Aqui na Usina o meu passado "é o que é". Na opinião de uns tenho sido um obstáculo à prática literária na Usina... Eu?... Mas... Então... Eu... Deveras?!... Não-não... Há forte equívoco. Não peroro pela inversão de valores e o oportunismo sem mérito sabe-me a mofo.
Diz-se por cá, no que ao meu presente usineiro concerne, que em dado momento é chegada a hora de "meter a viola no saco"... Trato pois de ir buscar ao armário o velho violino... E vou tentar tocar mavioso e solene... Ah... Ah... Ah... Está tudo mais do que esclarecido... Só que às vezes, mesmo de olhos abertos, convem não ver, mas... Está tudo de facto à vista.
Aquele abraço, Amigo, aquele abraço...
António Torre da Guia |