Não me cai bem no íntimo contribuir para a adulteração de palavras que têm significado sumo, embora a sintomatia ortográfica de relance aparente um termo vulgar. Por "porreta" ainda presumi que algo teria a ver com o "porreiro" de cá, que popularmente significa bom, excelente, óptimo, bonito e é comum atribuir-se a um indivíduo brincalhão franco e dado aos amigos mas, no caso inserto e particularmente na situação em apreço, pretendi derivar maldosa e propositadamente noutro sentido bem diferente com intuito chistoso e faceto. Da minha parte e em face de seu esclarecimento, reconheço sem mais que "meti o pé na poça" e, quando assim é, nem hesito em tomar uma atitude: vou de imediato eliminar o texto, substituindo-o por esta carta. Agradeço-lhe pois, Ricardo, a oportunidade da sua pronta informação, e por esta mesma via não tenho outra hipótese senão escrever "DESCULPE-SE-ME" em maiúsculas: a intrusão entra-me deveras pela testa. O português do Brasil abrange um enorme leque de ditos que é bastante difícil a um portuga genuíno dominar essas particularidades e sequer até decifrá-las sem ajuda viva, confundindo-as amiúde. Todavia, tenho a convicção que a diversidade desses efeitos, provenientes do movimento físico do povo sobre chão (língua-chã) enriquecerá sem dúvida o provir do enobrecimento evolutivo da língua portuguesa. Com amistosos cumprimentos, votos de bem-estar e de bom-usinar. António Torre da Guia PS =A título de bem disposta ironia que em mim recai, escreverei ainda: que "porra" me terá batido na cabeça para eu me atirar num ápice à mais que fixe palavra "porreta"?!... |