Só para atentos e intensivos receptores de som usineiro:
Há silêncios que explicam tudo e silêncios que nos deixam em face de nada. Outros silêncios há ainda que nos deixam pista para voluntariamente chegarmos ao esclarecimento. A diversidade dos silêncios faz leque de trezentos e sessenta graus, o que nos provoca e cataliza anseios com identificação impedida, tal como pairássemos sobre a presa sonhada e não pudéssemos descer num asado e no azaso ápice a pique para deveras possuí-la.
O tempo do silêncio por vezes agiganta-se alongadamente entre subtis brisas que ora amenas, ora delicadamente agrestes, mexem-nos e remexem-nos nos cabelos do cérebro com alertas de sentinela fiel, tantas vezes sem darmos sequer conta das benfazejas senhas de passe porque de brisas parece não percebermos nada em absoluto.
Após os dois naquinhos de prosa que antecedi, atrevo-me a interrogar com os dez dedos apontados a todos quantos lêem e escrevem na Worldomirina Usina de Letras:
Quem deveras entende e sente os Worldomirães silêncios?!...
Começo pois a baixar o queixo para que meus olhos atinjam outro ângulo de visão íntima, pouco a pouco, e já diviso a sombra do "M" a voltar-se em harmoniosa câmara lenta para cima e na direcção do silêncio para o outro silêncio de que urgentemente preciso para inteiro me espraiar no delicioso baloiço da poesia ao luar... Que sei felizmente viver e fruir de olhos fechados.
António Torre da Guia
PS = Cogitando para o preconceito: hoje... Oh velhadas... Hoje não logras tirar-me da órbita plena de transladar solenemente tranquílo... |