Se eu pudesse, gostaria de hoje chegar de surpresa à frente de sua casa e bater.
Bater de um jeito que você sentisse vontade de abrir.
Se eu pudesse, gostaria de vê-la saltitando, cantando, sorrindo, correndo para o jardim das flores amarelas, saudando-as com o olhar de quem semeou o desejo de folhear as suas pétalas.
Se eu pudesse, eu a suspenderia num abraço aéreo que a fizesse esquecer pernas para sonhar de voar. E no céu, em pleno vôo – se eu pudesse –, eu dançaria com você em órbitas que fizessem o universo se expandir.
Se eu pudesse, pararia todos os relógios para auscultar o solo de seu coração num sol maior de telúrica travessia ZEN.
